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O Presidente da Letónia avisa que a Europa não pode falhar à Ucrânia na ajuda militar, na dimensão política e na reconstrução. De passagem por Borodyanka, uma das cidades mais atingidas pelos bombardeamentos russos, Egils Levits confessou estar impressionado com a destruição que presenciou nessa zona e em Bucha, nos arredores de Kiev.
"Atrocidades destas têm que ser punidas. O meu sentimento é impossível de descrever. Estas são atrocidades da idade média, não são de gente normal, mas sim de pessoas loucas. Penso que este regime na Rússia está fora do mundo civilizado", afirma o presidente letão à Renascença, numa pequena conversa mantida frente a vários edifícios bombardeados em Borodyanka, situada quarenta quilómetros a norte de Kiev.
Vinte e um corpos foram já resgatados ao fim de nove dias de trabalhos de resgate mas as autoridades ainda procuram cadáveres entre os escombros dos prédios que colapsaram pelo efeito de bombas russas.
Egils Levits defende que a Europa deve ajudar a Ucrânia "de todas as formas, nomeadamente, para a reconstruir". Questionado pela Renascença sobre eventuais receios de que os países do Báltico, como a Letónia, possam ser alvos de Vladimir Putin, o presidente letão responde que "toda a Europa está em risco. A Ucrânia está a lutar por toda a Europa".
Numa declaração divulgada à mesma hora a que os presidentes da Letónia, Lituânia, Estónia e Polónia visitavam Borodyanka, o Presidente ucraniano Volodomyr Zelensky pedia mais armas numa declaração em inglês onde avisou também que " se a liberdade acabar na Ucrânia" aqueles países do Báltico e outros como a Roménia ou a Moldávia estarão em risco.
O presidente da Letónia afirma que a Europa "está obrigada" a ajudar a Ucrânia militar, económica e financeiramente.
"Penso que é preciso mais ajuda para a Ucrânia. Em primeiro lugar, ajuda militar. E depois, claro, soluções políticas, mas estas dependem da força militar da Ucrânia. Estou certo de que a Ucrânia vai realmente vencer a guerra. Do nosso lado, já fornecemos equipamentos e armas militares a um nível muito alto, em comparação com o nosso PIB", explica Egils Levits à Renascença.
"Estamos a fazer pouco para ajudar a Ucrânia"
Presente nesta delegação de quatro presidentes de visita à Ucrânia, o chefe de estado da Lituânia apela à deslocação de líderes europeus aquele país de forma a testemunharem o que ali se passa.
"Sabia na teoria o que aconteceu aqui. Mas agora ver isto com os meus olhos e ouvir as histórias de pessoas diferentes que foram mortas, de pessoas que violaram mulheres, meninas e crianças e que depois as mataram. É difícil imaginar que neste século XXI existam pessoas dispostas a cometer atos tão terríveis que os que estamos a testemunhar agora", confessou Gitanas Nauseda, que lidera um dos países do Báltico que pertencem à NATO.
Numa declaração breve registada pela Renascença em Borodyanka, o presidente lituano criticou a alegada lentidão no processo de ajuda a Kiev.
"Já é tempo de reagir. Estamos na hora de tomar decisões. E estamos a ser muito lentos e a fazer muito pouco para parar esta guerra horrível", declarou Nauseda que insistiu na necessidade de uma maior presença política europeia na Ucrânia.
"A minha mensagem para os líderes dos países da Europa Ocidental e de outros países democráticos é: venham cá ver, ver para ter a impressão do que está a acontecer e não ficar a ver num monitor de televisão. Porque aqui vão ter uma impressão a 105%", alertou o presidente da Lituânia em Borodyanka antes de seguir com os seus homólogos da Polónia, Estónia, Lituânia e Letónia para Kiev onde mantiveram um encontro com o presidente da Ucrânia.
Volodomyr Zelensky declarou que estes países foram os primeiros a apoiar a Ucrânia em diversas posições ao longo da guerra, incluindo no início do processo de candidatura a adesão à União Europeia, no processo de sanções à Federação Russa e na disponibilização de armamento e equipamento militar à Ucrânia.