A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, afirmou esta terça-feira que a entrada de Passos Coelho na campanha da Aliança Democrática (AD) aproxima esta coligação da agenda do partido Chega e lembrou o impacto dos seus governos.
"Passos Coelho vem aproximar a AD da agenda mais extremista da direita, em vez de trazer a social-democracia para o centro democrático", afirmou a líder do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), em declarações aos jornalistas no Aeroporto de Beja.
Ou seja, prosseguiu Inês Sousa Real, a AD, ao incluir na campanha para as eleições de 10 de março o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, está a apostar numa "agenda que, de alguma forma, procura aproximar-se daquela que tem sido a do Chega".
"São opções do Partido Social Democrata que o PAN não acompanha", vincou, defendendo que o país deve "ter uma política de imigração que seja de integração e não de fomento do medo e do ódio".
Pedro Passos Coelho discursou, na segunda-feira, num comício da AD em Faro e acusou o PS de ter aumentado a insegurança no país, que associou à imigração, e considerou que nas escolas ninguém deve "meter pela goela abaixo" dos alunos "aquilo que há de ser a sua vontade e a sua maneira de pensar".
Nas declarações aos jornalistas, a líder do PAN considerou que os portugueses não se podem esquecer do "impacto que a "troika" teve no país", durante a governação de Passos Coelho, realçando que "empresas fecharam portas e muitas famílias viram aumentadas as suas dificuldades".
"Essa política da insensibilidade, esses tempos em que nos foi exigido mais do que a própria União Europeia e o FMI [Fundo Monetário Internacional] exigiam tem que ficar lá atrás", sublinhou.
Assinalando que o PAN não se revê no "conservadorismo" da AD, Inês Sousa Real propôs aquilo que considerou ser "uma sociedade mais justa e mais empática", com "uma descida de impostos para que as famílias possam ter mais qualidade de vida".
"Não queremos uma agenda em que aquilo que nos é trazido é uma cultura do medo, da insegurança, e também uma política só de contas certas com alguns interesses económicos e não com as famílias", acrescentou.