O comboio blindado do líder norte-coreano, Kim Jong-un, partiu, este domingo, da região russa de Primorie, em direção ao posto fronteiriço de Kassam, a cerca de 250 quilómetros, segundo a agência russa TASS.
A despedida ao líder norte-coreano em visita oficial à Rússia - a mais longa que realizou desde que começou a governar, em 2011 - decorreu na gare Artiom-Primorsky-1, onde estava estacionado o comboio privado de Kim, e teve direito a guarda de honra e orquestra militar, refere a mesma fonte.
Segundo a TASS, o governador regional de Primorie, Oleg Kojemiako, ofereceu a Kim cinco drones explosivos, um drone de reconhecimento, um colete à prova de balas e "roupas especiais não detetáveis por câmaras térmicas".
A agência Ria Novosti publicou um pequeno vídeo onde se vê Kim, dentro do comboio, despedindo-se da delegação russa que o acompanhava, ao som de uma marcha patriótica russa.
Antes de deixar a Rússia, onde chegou na terça-feira, Kim Jong-un ainda visitou a Universidade Federal do Extremo Oriente, em Vladivostok.
O ministro de Recursos Naturais e Ambiente russo, Alexander Kozlov, publicou um vídeo na rede social Telegram, no qual se pode ver Kim Jong-un e a sua comitiva a passear pela alameda universitária.
Esta é a segunda vez que Kim visita a universidade, onde estudam alunos norte-coreanos.
Durante a visita oficial à Rússia, o líder norte-coreano encontrou-se com o presidente russo, Vladimir Putin, no cosmódromo de Vostochny, no extremo oriente russo, a cerca de oito mil quilómetros de Moscovo.
Do encontro, cujo conteúdo não foi tornado público, não resultou qualquer acordo entre os dois países, mas houve indicações de que terão falado sobre cooperação militar e espacial.
Após o encontro, Kim Jong-un mostrou-se confiante na vitória da "Grande Rússia" na Ucrânia.
A agência oficial de notícias norte-coreana KCNA descreveu a atmosfera da visita como "fervorosa e calorosa", falando numa "nova era de amizade, solidariedade e cooperação" entre a Coreia do Norte e a Rússia.
Os Estados Unidos suspeitam que a Rússia quer comprar armas a Pyongyang para usar na guerra contra a Ucrânia, enquanto a Coreia do Norte quer adquirir tecnologias para os programas nuclear e de mísseis.
O jornal The New York Times, citando fontes do serviço de informações dos Estados Unidos, noticiou que Kim estaria disposto a apoiar a guerra da Rússia na Ucrânia com "milhões" de mísseis antitanque e munições de artilharia e, em troca, Moscovo forneceria a Pyongyang ajuda alimentar, tecnologia de satélites e submarinos de propulsão nuclear.
Washington já advertiu o regime da Coreia do Norte para as consequências de contribuir para o esforço de guerra da Rússia na Ucrânia.