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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas explicou, esta segunda-feira na habitual conferência de imprensa de balanço dos números da pandemia da Covid-19 em Portugal, o porquê de os doentes do novo coronavírus poderem agora ter alta clinica ao final de dez dias, sem ser necessário haver um exame laboratorial.
"A conclusão a que chegámos é que a evolução clínica, e estamos a falar em doentes, é mais relevante do que a evolução laboratorial para determinar se um indivíduo se mantém ou não infecioso. Estas pessoas se tiverem tido doença ligeira ou doença assintomática mas com teste positivo, se ao décimo dia não tiverem febre e agravamento dos sintomas considera-se que não estão a infetar outras”, disse Graça Freitas.
A mesma afirma que conclusão é suportada em vários estudos, e de acordo com a evidência que à data existe "no que diz respeito à ciência", e com os estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro Europeu para o Controlo de Doenças Infeciosas e que a DGS segue, depois de, segundo salientou, "termos estudado o assunto com especialistas da área clínica”.
NÚMERO DE CASOS DE COVID-19 EM PORTUGAL
A mesma responsável revela ainda que já era conhecido que "as pessoas mesmo depois de não terem sintomas, podiam ter ainda teste positivo". "E já se sabia há uns meses que isso provavelmente se devia a partículas virais que não tinham capacidade para infetar outras pessoas”, somou.
Logo, um doente ligeiro ou assintomático, dez dias de contrair o vírus que não tenha sintomas pode ter “alta clínica”. Graça Freitas disse ainda que “é ao médico assistente que compete decidir que aquela pessoa teve alta, como para muitas outras doenças temos alta clínica sem fazermos teste para nos darem alta”.
À alta clínica corresponderá "o fim do isolamento em que aquela pessoa se encontrava; volta ao seu trabalho ou à sua escola”. A diretora-geral de Saúde comparou ainda este caso ao das gripes sazonais em que tantas vezes a análise clinica se sobrepõe á análise laboratorial, quando é tempo de
“Foi a ciência que evolui e que permite saber que aquelas pessoas, entre o oitavo e o décimo dia já não estão a excretar vírus viáveis em quantidade suficiente para infetar outras pessoas”, rematou.
Em relação à identificação de cadeias de transmissão do vírus, a nmesma responsável diz que os dados são muito favoráveis. "Já há vários meses que o número de dias entre a data de início dos sintomas e o diagnóstico é na ordem dos três dias. O que é muito bom, quer dizer que as pessoas não andam durante um longo período a infetar outras. É um dado bastante positivo no que diz respeito à transmissão da doença entre pessoas”.
Apesar de os números das últimas semanas ter mostrado uma prevalência na faixa etária entre os 20-29 anos, a verdade é que segundo Graça Freitas, as diferenças não são tão evidentes para outros grupos etários, daí não se estar a comunicar ou fazer ações direcionadas para apenas um grupo.
Esta segunda-feira, registaram-se mais 1949 infeções pelo novo coronavírus em Portugal e mais 17 mortes com Covid-19. Com estes números, Portugal ultrapassa a barreira dos cem mil infetados, com 101.860 casos registados desde o início da pandemia no país.
Os dados revelam também mais 966 pessoas dadas como recuperadas, o que faz aumentar em 966 o número de casos ativos no país – agora num total de 39 69.
Os óbitos ocorreram nas regiões do Norte (12), Lisboa e Vale do Tejo (3) e centro (2). Foi também o Norte que registou o maior aumento de novos casos: 987 . A região LVT conta mais 749 e a região Centro mais 133.