Ucrânia agradece à Alemanha, mas pede maior liderança
04-09-2022 - 16:32
 • Lusa

Primeiro-ministro ucraniano está de visita ao país. Situação com Alemanha normalizada.

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Schmyhal, agradeceu a ajuda prestada pela Alemanha ao seu país, mas exortou Berlim a assumir uma maior liderança na União Europeia (UE) para a reconstrução da Ucrânia.

"Agradeci ao Presidente germânico a solidariedade e o apoio recebido da Alemanha", disse Schmyhalna sua conta no Twitter, após realizar uma reunião, que durou uma hora, com o chefe de Estado alemão, Frank-Walter Steinmeier, no âmbito da visita uma Berlim.

Schmyhal, que foi recebido com honras militares pelo chanceler alemão Olaf Scholz, manifestou também a sua gratidão pela receção na Alemanha de quase um milhão de refugiados do seu país, desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.

A Ucrânia estima receber na próxima semana um novo lote de cinco mil milhões de euros de ajuda financeira e militar prometida pela UE, lembrou Schmyhal, que considerou que a Alemanha deveria assumir um papel de maior liderança para promover a reconstrução do seu país.

O encontro entre o primeiro-ministro ucraniano e o Presidente alemão serviu para encerrar as divergências bilaterais, depois de o próprio Steinmeier desistir de viajar para a capital ucraniana, em abril passado, quando lhe foi dito de Kiev que a sua presença não era desejada.

A crítica ao Presidente alemão esteve ligada às suas funções anteriores como chefe da Chancelaria, sob o mandato do chanceler social-democrata, Gerhard Schröder, e dos Negócios Estrangeiros, sob o mandato da conservadora Angela Merkel, etapas em que a dependência energética da Alemanha em relação à Rússia foi consolidada.

Após intensos esforços diplomáticos, tais divergências foram consideradas ultrapassadas, a que se seguiu uma viagem de Scholz a Kiev, juntamente com o Presidente francês, Emmanuel Macron, e o então primeiro-ministro italiano, Mario Draghi.

A Alemanha é o principal contribuinte da ajuda militar e financeira à Ucrânia por parte de parceiros da UE, mas Scholz tem sido frequentemente criticado pela falta de determinação ou lentidão na materialização desse apoio.