O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou esta quarta-feira os países ocidentais de desviar o acordo de cereais do Mar Negro para os seus próprios fins.
"O Ocidente e perverteu completamente essa essência e, em vez de ajudar os países realmente necessitados, o Ocidente usou o acordo para chantagem política e, além disso fez dele uma ferramenta para enriquecer multinacionais”, declarou o líder Russo.
Porém a Rússia admite retornar imediatamente ao acordo se todas as suas condições forem atendidas.
Moscovo reclama a reintegração do seu banco agrícola, Rosselkhozbank, no sistema bancário internacional SWIFT, o levantamento das sanções sobre as peças sobresselentes para a maquinaria agrícola, o desbloqueio da logística de transportes e dos seguros e o descongelamento de ativos.
Reivindica ainda o recomeço do funcionamento da conduta que liga a cidade russa de Togliatti a Odessa destinada à exportação de amoníaco, componente decisivo dos fertilizantes.
"Se todas essas condições forem cumpridas, com as quais concordamos anteriormente, retornaremos imediatamente ao acordo", disse o líder do Kremlin.
Além disso, o Ministério dos negócios estrangeiros da Rússia deu às Nações Unidas, três meses para implementar as condições impostas se quisesse que a Rússia voltasse ao acordo de cereais.
Anteriormente, o Ministério da Defesa Russo disse que Moscovo vai começar a considerar que todos os navios que se dirigissem aos portos ucranianos eram vistos como potenciais transportadores de cargas militares.
Segundo Putin, o acordo cerealífero provocou perdas avaliadas em 1,2 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros) aos agricultores russos e uma baixa de rentabilidade das exportações.
"O nosso país está em condições de substituir os cereais ucranianos, em simultâneo comercialmente e gratuitamente", prosseguiu Putin, que prevê uma "colheita recorde" em 2023.