Os chefes de equipa de urgência da Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, apresentaram a demissão ao conselho de administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central, na segunda-feira. É uma decisão assumida por unanimidade e explicada numa carta a que a Renascença teve acesso.
A missiva sublinha que a quase totalidade dos especialistas e dos internos "já excederam há vários meses o número de horas extraordinárias máximo previsto por lei" e que as equipas de enfermagem também já estão reduzidas e em "condições físicas de exaustão".
A carta explica que, em vez de ser contratado mais pessoal, se optou pelo encerramento de salas de parto, o que implica a transferência das grávidas. Lê-se ainda na carta que a exaustão dos profissionais irá agravar-se com o período de férias, "comprometendo a qualidade dos serviços prestados".
O texto termina insistindo que, perante a inexistência de uma solução por parte da tutela, os chefes de equipa de urgência da maternidade decidiram apresentar a demissão.
No entanto, fonte oficial do Centro Hospitalar de Lisboa Central, que integra a Maternidade Alfredo da Costa, indicou à agência Lusa que a carta foi entregue, mas que os profissionais se mantêm em funções e que a situação se encontra “controlada e ultrapassada”.
A Maternidade Alfredo da Costa tem atualmente oito equipas de urgência que realizam diariamente 24 horas de serviço.