Chuvas fortes provocam cheias e subida dos caudais de rios em vários países na Europa
As autoridades alemãs anunciaram esta quinta-feira à noite que o número de vítimas mortais das históricas intempéries que varreram o oeste da Alemanha subiu para 59, mais 14 do que no balanço anterior.
A polícia da região da Renânia do Norte-Vestafalia adiantou ter encontrado esta quinta-feira mais cinco corpos, aumentando o total de vítimas mortais na zona para 31, enquanto na região vizinha da Renânia-Palatinado foram descobertos mais nove cadáveres, que se juntam aos 19 já contabilizados.
“O número de corpos encontrados aumenta quase hora a hora”, indicou um responsável do Ministério do Interior de Renânia do Norte-Vestefália, citado pela agência noticiosa France-Presse (AFP).
O mau tempo sentido na Alemanha é já considerado uma das piores catástrofes naturais desde o pós-guerra.
Várias localidades e cidades foram inundadas devido às cheias provocadas pela subida das águas dos rios, na sequência de chuvas diluvianas.
Na sequência das intempéries, a chanceler alemã, Angela Merkel, garantiu esta quinta-feira “todo o apoio” aos afetados pelas devastadoras inundações que atingem o oeste do país e provocaram 59 mortes, enquanto dezenas de pessoas estão desaparecidas.
Numa breve declaração aos meios de comunicação a partir de Washington, onde chegou hoje naquela que deve ser a última viagem aos Estados Unidos como chanceler, Merkel afirmou ter discutido o assunto com os ministros alemães das Finanças, Olaf Scholz, e do Interior, Horst Seehofer.
“Falamos sobre ajudas na reconstrução a longo prazo, embora logicamente o objetivo prioritário agora é prestar ajuda imediata à população das regiões afetadas”, indicou.
A chanceler já tinha expressado consternação com a devastação causada pela tempestade, através da conta na rede social Twitter do porta-voz, Steffen Seibert.
Aos meios de comunicação, qualificou como uma “catástrofe”, “impossível de descrever com palavras”, a situação vivida nas regiões afetadas, onde dezenas de pessoas tiveram de colocar-se em segurança ao ir para os telhados das suas casas, tendo algumas delas morrido presas no sótão.
Estas são as inundações mais devastadoras do século, piores do que as sofridas pelo leste do país em 2002, a afetam os Estados federais da Renânia do Norte-Vestefália, os mais populosos do país, assim como a vizinha Renânia-Palatinado.
“Vivemos inundações de dimensões catastróficas. Somos uma região habituada a inundações, mas o que vivemos é uma catástrofe”, afirmou a líder regional da Renânia-Palatinado, a social-democrata Malu Dreyer.
Merkel explicou aos jornalistas que já tinha contactado Dreyer, com o objetivo de garantir o “máximo apoio” aos afetados a todos os níveis, federal, regional ou local.
Por seu lado, o ministro das Finanças disse que tudo fará para que as regiões atingidas recebam ajuda do governo federal.
O montante dessa ajuda ainda não foi calculado, já que não há uma estimativa total dos danos causados pela subida das águas.
Os serviços meteorológicos do país preveem que as chuvas fortes diminuam nas próximas horas.