As tripulações dos voos para a Venezuela ficam em hotéis perto do aeroporto de Caracas e já não vão para o centro da cidade, onde ocorrem manifestações e distúrbios.
Devido à crescente instabilidade no país - e sobretudo na capital - as companhias aéreas, nomeadamente a TAP, reforçaram as medidas de segurança: as tripulações pernoitam perto do aeroporto e são aconselhadas a não sair do hotel.
Estas medidas foram reveladas à Renascença por Miguel Silveira, presidente da Associação Portuguesa de Pilotos de Linha Aérea (APPLA).
O líder da APPLA frisou também que as companhias têm cuidados redobrados e seguem as orientações das associações internacionais do sector.
A evolução dos acontecimentos é permanentemente acompanhada e Miguel Silveira refere que foi informado que a companhia aérea nacional está a ponderar pôr as tripulações a pernoitar fora da Venezuela em caso de agravamento da instabilidade social.
A TAP é das poucas empresas de aviação que continua a assegurar voos para Caracas e a nível europeu só tem a companhia da Iberia.
A companhia nacional faz três voos semanais, mantendo o compromisso em relação à enorme comunidade portuguesa.
No entanto, o porta-voz da TAP, André Serpa Soares, revela que nos primeiros quatro meses deste ano a procura caiu 50%, o que, a prazo, poderá levar a TAP a avaliar se continua a garantir a mesma frequência de voos.
O Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, continua a fazer retenção das receitas das companhias aéreas estrangeiras. À TAP, a Venezuela deve mais de 100 milhões de euros. Por isso, o ano passado a companhia aérea adoptou outra estratégia: a emissão de passagens para os voos da Venezuela é feita fora do país por forma a que a receita não fique retida.