Veja também:
O Governo deverá investir 100 milhões de euros para o projecto-piloto de gestão florestal do Pinhal Interior, afectado pelos incêndios, que deverá contar com uma candidatura ao “Plano Juncker”.
Nas medidas de prevenção e de relançamento da economia elencadas no relatório elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), estão previstos 158 milhões de euros para a área da floresta, 100 dos quais para o projecto-piloto de gestão florestal e 58 milhões para arborização e rearborização do território.
O Governo pretende candidatar o projecto para o Pinhal Interior "ao ‘Plano Juncker’" – o fundo europeu para investimentos estratégicos –, disse o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, durante a apresentação do relatório, que decorreu esta segunda-feira na Câmara de Figueiró dos Vinhos, com a presença de autarcas das sete câmaras afectadas pelos incêndios: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Penela, Sertã, Pampilhosa da Serra e Góis.
O mais importante, sublinhou, será identificar "as espécies adequadas e as estruturas de ordenamento adequadas", porque o projecto não é apenas um "tema de espécies" de árvores, mas também uma questão de "como é organizado o território e de como são organizadas essas espécies no território".
Questionado pela agência Lusa, Pedro Marques frisou que o projecto-piloto não vai produzir resultados "daqui a dois ou três meses".
"É preciso fazer um cadastro que não é feito em Portugal há décadas. É preciso identificar proprietários que não estão identificados há décadas. É preciso instrumentos legais que permitam avançar para a gestão florestal integrada mesmo dos territórios sem proprietário identificado", notou o governante, sublinhando que, depois, se iniciará "esta gestão florestal integrada e o ordenamento dos espaços florestais".
No decorrer da conferência de imprensa, Pedro Marques recordou que o avanço do projecto-piloto também depende da reforma florestal, "que está em debate na Assembleia da República", mas assegurou que o trabalho "está a avançar no terreno e que vai avançar incluindo todos estes municípios".
Para além do investimento de 158 milhões de euros na floresta, as medidas de prevenção e de relançamento da economia prevêem ainda mais 125 milhões de euros para o relançamento da economia (70 milhões para diversificação do investimento, 30 milhões para a valorização de recursos endógenos e 25 milhões para a dinamização do turismo).
O relatório aponta ainda para o investimento de 20 milhões de euros na área da prevenção e gestão de riscos, nomeadamente na resiliência do território e das comunidades, com a aplicação de medidas preventivas.
Os prejuízos directos dos incêndios que começaram na região Centro no dia 17 de Junho, nomeadamente em Pedrógão Grande e Góis, ascendem a 193 milhões, estimando-se em 303 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia. Somando ambas as parcelas, os fogos representaram um prejuízo total de 496 milhões de euros.