Portugal vai ficar a conhecer esta terça-feira as linhas gerais da reformas para os próximos cinco anos. O plano envolve entre 10 a 11 mil milhões de euros, com apostas na qualificação e no combate ao sobreendividamento das empresas.
O Programa Nacional de Reformas, que o primeiro-ministro apresenta ao início da tarde, segue a estratégia desenhada no acordo parlamentar negociado pelo PS com o Bloco, o PCP e os Verdes, sublinha à Renascença o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, que coordena o programa. Entre as traves-mestras, Pedro Marques concentra-se nas empresas descapitalizadas. O Governo pretende recorrer a todos os fundos europeus que conseguir.
O ministro do Planeamento diz que o executivo pretende alocar nos próximos cinco anos "cerca de metade dos fundos comunitários disponíveis no Portugal 2020", ou seja, "entre 10 a 11 mil milhões de euros".
"O programa vai assentar em seis pilares estratégicos: A qualificação dos recursos humanos, a qualificação do território, a inovação tecnológica, a modernização do Estado, a capitalização das empresas e o reforço da coesão social”, esclareceu o governante.
“Apostamos agora numa verdadeira estratégia, tendo um horizonte de um mais longo prazo, e não numa lógica imediatista", afirmou Pedro Marques, coordenador do documento, sustentando que o programa representa "uma inversão estratégica política, económica e social" face ao passado recente.
O Programa Nacional de Reformas durante as próximas semanas, objecto de discussão pública, envolvendo partidos e a concertação social, antes de ser entregue pelo Governo português em Bruxelas.
"Política financeira deve ter como suporte política económica assente no crescimento"
"Compreendemos bem a importância de fazermos uma política com sustentabilidade ao nível das contas públicas. Mas a política financeira deve ter como suporte uma política económica assente no crescimento e no emprego", defendeu Pedro Marques.
A submissão do Programa Nacional de Reformas é considerada um dos momentos centrais do chamado Semestre Europeu, em particular na sua vertente económica e de avaliação global pela Comissão Europeia.
Em Abril, cada Estado-membro submete um documento de estratégia económica de médio prazo, o Programa Nacional de Reformas, devidamente articulado com o documento congénere da vertente orçamental, o Programa de Estabilidade.
Em Maio, a Comissão Europeia propõe recomendações específicas por país com base na análise anual do crescimento e nos documentos de estratégia submetidos pelos Estados-membros em Abril. As recomendações específicas por país são depois adoptadas pelo Conselho da União Europeia em Julho, sendo monitorizadas ao longo do ano.