O Partido Socialista (PS) acusa o Governo Regional dos Açores de ter um comportamento "totalitário", depois de ter apresentado uma proposta de apoio à comunicação social em que admite pagar até 40% do salário de um jornalista que ganhe até 1.500 euros líquidos mensais.
Em causa está o pacote "Media Mais", em que o Executivo liderado pelo PSD e em coligação com partidos de Direita prevê vários apoios à comunicação social da região.
O decreto legislativo define que cada empresa pode ser apoiada até 33% do número de profissionais.
À Renascença, a socialista Rosário Gamboa critica a medida, dizendo que se trata "de uma ultrapassagem clara de uma linha vermelha".
"Dentro de um pacote de medidas, que a maior parte já vinha do Governo Regional do PS, disfarçaram no meio uma proposta em que uma parte substancial do ordenado vai passar a ser custiada pelo Governo que têm função de escrutinar", aponta.
A deputada do PS esclarece que é favor dos apoios do ProMedia, o pacote anterior, do Executivo regional socialista que, entretanto, foi derrotado nas últimas eleições, e das medidas de apoio à comunicação social que o Governo forneceu, durante a pandemia.
No entanto, entende que esta proposta é distinta e que "as consequências e os próprios pressupostos estão a ferir os jornalistas, estão a criar questões de incompatibilidade e da independência dos jornalistas".
"E quando se fala da independência dos jornalistas, isso afeta o orgão de comunicação social e afeta a Democracia", critica.
"Concorda com esta forma de apoio à comunicação social? É assim que vai proceder se for Governo, provavelmente em coligação com o Chega?", conclui.