“Não é só na política. Em todas as instituições, incluindo no próprio Vaticano, há corrupção”, disse Francisco, numa condenação ao que diz ser uma fácil tentação.
A corrupção “é algo que se entranha em nós. É como o açúcar, é doce, nós gostamos, é fácil. E depois, de tanto açúcar fácil, acabamos por ficar diabéticos ou o nosso país fica diabético”, afirmou o Papa, perante milhares de jovens que o escutavam no estádio Kasarani, em Nairobi.
“Cada vez que aceitamos um suborno e o levamos ao bolso, destruímos o nosso coração, destruímos a nossa personalidade e o nosso país”, apontou.
Francisco dirigiu-se directamente aos jovens para os questionar. "Esta é uma pergunta que vocês devem fazer a todas as autoridades: se um jovem não tem trabalho, não pode estudar, o que pode fazer? Torna-se delinquente? Cai na dependência das drogas? Suicida-se?"
"Na Europa", continuou o Papa, "as estatísticas de suicídios não são conhecidas. Os jovens precisam de se envolver em actividades que lhes mostrem um propósito na vida, que os comprometa, que os seduza. A primeira coisa que devemos fazer para evitar que um jovem seja recrutado, ou queira ser recrutado, é promover a educação e o trabalho."
"Se um jovem não tem trabalho, que futuro poderá impedi-lo de ser recrutado?" A pergunta ficou no ar para os milhares de jovens que o escutavam no estádio Kasarani.
O Papa despede-se esta sexta-feira do Quénia, país que recebe um Papa pela primeira vez em 20 anos, e segue para o Uganda, onde o espera uma visita de cortesia ao presidente do país, um encontro com as autoridades e ainda, a meio da tarde, uma saudação aos catequistas e professores de Munyonyo.
A Renascença em África com o Papa Francisco. Apoio: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa