Os Casamentos de Santo António voltam neste domingo a unir 16 casais lisboetas depois de dois anos interrompidos devido à pandemia de Covid-19. Marvila foi a freguesia que apresentou mais candidatos.
O evento aconteceu pela primeira vez em 1958, na igreja de Santo António, em Lisboa, altura em que se uniram 26 casais. O objetivo da iniciativa, patrocinada então pelo jornal Diário Popular, era possibilitar o casamento a casais com maiores dificuldades financeiras.
Também de volta à tradição estão as marchas populares, depois do cancelamento por causa da pandemia. Neste domingo, 20 grupos com centenas de participantes vão descer a Avenida da Liberdade.
O júri vai ter de decidir qual a marcha vencedora: Mouraria, Castelo, Carnide, Bela Flor – Campolide, Bairro Alto, Bairro da Boavista, Penha de França, Lumiar, Belém, Baixa, Madragoa, Campo de Ourique, Alcântara, Alfama, Ajuda, Marvila, Bica, São Vicente, Olivais e Alto do Pina (a vencedora do último concurso, em 2019).
Este ano, pela primeira vez, a marcha infantil das Escolas de Lisboa também irá descer a Avenida, além da marcha infantil "A Voz do Operário" e as marchas dos Mercados e da Santa Casa que também vão desfilar extraconcurso, enquanto a marcha de Vale de Açor participará enquanto convidada.
Também com décadas de tradição é o concurso da Grande Marcha de Lisboa, que escolhe uma composição – música e letra – para ser apresentada por todos os participantes das marchas. “Amália é Lisboa” venceu o concurso de 2020, ano do centenário do nascimento de Amália Rodrigues, mas a pandemia de Covid-19 impediu que fosse interpretada, voltando este ano a ser cantada por todos.
Casamentos e Casais de Ouro
Durante a manhã deste domingo, 16 casais lisboetas contraem matrimónio nos Casamentos de Santo António, enquanto os casais que se uniram em 1972 participam na celebração dos Casais de Ouro.
O evento é organizado pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC). A cerimónia civil decorre nos Paços do Concelho e a religiosa, depois, na Sé de Lisboa.
A iniciativa já teve o nome de "Noivas de Santo António" e esteve 23 anos sem se realizar depois do 25 de Abril de 1974. Mas foi retomada em 1997 pela Câmara Municipal de Lisboa.
"Os casamentos são feitos de muitas histórias", explicou à agência Lusa Maria do Carmo Rosa, que está na organização desde 2006 e como coordenadora geral do evento desde 2008.
"Cada casal é uma história", acrescenta, para contar um episódio engraçado deste ano: um dos candidatos surpreendeu a noiva com a inscrição. “Era o sonho da vida dela e ele decidiu surpreendê-la, inscrevendo-se em segredo. A noiva só percebeu no dia da entrevista. Ficámos todos emocionados com a reação dela”.
Este ano, são 11 os casais que se vão casar na cerimónia religiosa e cinco pelo civil, num processo que começou em janeiro, com as candidaturas e prosseguiu depois, em março, com o processo de entrevistas para chegar aos 16 selecionados.
Trânsito encerrado a partir das 18h00
À noite, são esperados milhares de visitantes no centro da cidade de Lisboa para celebrar o santo padroeiro da capital, espalhados pelos diversos arraiais, com muita animação, sardinha assada e música popular.
O Metropolitano de Lisboa não deverá, contudo, prolongar o horário de funcionamento, ao contrário do que aconteceu nas edições anteriores, devido à greve ao trabalho suplementar e eventos especiais no mês de junho.
Por seu turno, a Carris indicou à Lusa que irá reforçar o serviço nesta noite, incluindo a rede da madrugada, tendo em conta as festas populares e a véspera do feriado de Santo António.
A PSP também vai destacar mais agentes para reforçar as ruas de Lisboa com equipas de prevenção e visibilidade, além de ter alertado para condicionamentos e cortes de trânsito pontuais.
O trânsito na Avenida da Liberdade estará encerrado a partir das 18h00.
As festas de Lisboa começaram no dia 28 de maio, com um concerto de Tito Paris, homenageando os 40 anos de carreira do artista, e terminam no dia 30 junho, na Praça do Comércio com o concerto "Cheira a Lisboa", numa homenagem aos 100 anos do Parque Mayer, o berço das Marchas Populares.