Marcelo lamenta morte de refém do Hamas com nacionalidade portuguesa
16-01-2024 - 23:40
 • Lusa

A confirmação do óbito de Yossi Sharabi, de 53 anos, foi adiantada pelo embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou, esta terça-feira, a morte do refém do movimento islamita Hamas com nacionalidade portuguesa, após ter sido confirmada pelas autoridades israelitas.

A confirmação do óbito de Yossi Sharabi, de 53 anos, foi adiantada pelo embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira.

"Confirmado que um refém com a nacionalidade portuguesa retido em Gaza terá sido vítima da situação militar naquele território, o Presidente da República apresenta as suas condolências aos familiares e amigos e lamenta as circunstâncias que determinaram a sua morte", lê-se numa mensagem de pesar publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet.

Na rede social X (antigo Twitter), Dor Shapira tinha dito que Sharabi foi "assassinado durante o cativeiro por terroristas do Hamas".

"O nosso coração está destroçado. Esta noite foi anunciado oficialmente pelas autoridades israelitas que Yossi Sharabi foi assassinado enquanto estava em cativeiro", escreveu o diplomata.

O Hamas já havia declarado na segunda-feira a morte de Sharabi, que surgia num vídeo propagandístico divulgado no domingo pelo movimento islamita na rede Telegram, pedindo ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a cessação da guerra na Faixa de Gaza.

A Embaixada de Israel em Portugal indicou à Lusa que Sharabi tem nacionalidade portuguesa e que a sua mulher, Nari, esteve em Lisboa no mês passado a pedir ajuda ao Governo para exercer esforços no sentido da sua libertação.

Assinalando os cem dias de guerra, as famílias dos mais de cem reféns em posse do Hamas convocaram uma manifestação massiva no domingo em Telavive durante 24 horas para exigir que o Governo israelita faça todos os possíveis e negocie o que for necessário para trazê-los de volta, enquanto Netanyahu está empenhado na manutenção da pressão militar sobre o grupo islamita como única alternativa.

Após 07 de outubro, os combates só foram interrompidos durante uma semana - entre 24 e 30 de novembro - numa trégua mediada pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, que incluiu a libertação de 105 reféns detidos pelo Hamas em troca de 240 prisioneiros palestinianos e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, massacrando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 24.000 pessoas - na maioria mulheres, crianças e adolescentes - e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.