O CDS-PP classificou esta terça-feira como uma "enorme desilusão" as medidas anunciadas ontem por António Costa para mitigar os efeitos da inflação e acusou o Governo de colocar a "cobrança de impostos" à frente das famílias.
"O Governo pôs o Estado à frente dos portugueses e a cobrança de impostos à frente das famílias. Só isso justifica que o Governo tenha demorado 6 meses a reagir", argumentou o presidente do partido, o eurodeputado Nuno Melo, acrescentando que as propostas do governo "para combater a inflação são uma enorme desilusão e representam o socialismo no seu pior".
Na nota, refere que a redução do IVA da eletricidade para 6% é "uma fraude", já que o IVA de 23% sobre a eletricidade abrange a "maioria dos consumidores portugueses" e assim vai continuar, "ao contrário do que está a acontecer nos outros países da UE".
Na opinião de Nuno Melo, o governo também deixou de fora os portugueses que apenas "utilizam gás de botija" e não têm "qualquer apoio" e "não podem mudar para o mercado regulado".
"A decisão do Governo de não aplicar a taxa 0% nos produtos alimentares essenciais, como o CDS propôs, significa que as famílias portuguesas, principalmente as mais vulneráveis, vão continuar a suportar a inflação brutal de 15% sobre os bens alimentares básicos", acrescentou.
Sobre o "aumento histórico" das pensões prometido pelo primeiro-ministro para 2023, o presidente do CDS-PP afirmou que se percebe "agora que a promessa era totalmente falsa" e que o que foi anunciado na segunda-feira "não é mais do que um subsídio".
"Acresce que não foi decidido qualquer apoio ao setor social. As instituições sociais suportam um brutal aumento da inflação (acima da inflação total) que coloca em risco o seu papel ainda mais relevante em tempos de crise", criticou ainda o líder do partido.