Mais de um mês depois da definição de quotas para a distribuição de refugiados dentro da União Europeia, ainda não há uma data prevista para a chegada a Portugal.
“Continuamos na expectativa de indicação formal e fidedigna de data exacta. É lamentável este atraso. Os refugiados já deveriam ter chegado a Portugal, porque a decisão do Conselho Europeu está tomada há mais de um mês, e é lamentável que os Estados-membros e as instituições europeias não estejam sequer a conseguir resolver o elementar que é cumprir esta decisão e acolher nos vários países estes 160 mil refugiados”, critica Rui Marques, da Plataforma de Apoio a Refugiados (PAR).
Em entrevista à Renascença, o responsável lamenta a falta de vontade política e manifesta desejo de que os refugiados cheguem até ao final do mês.
“Certamente que há um prazo comum [para a chegada dos refugiados]”, mas “falta vontade política de alguns Estados-membros na resposta a este desafio. Creio que a Europa está a dar um péssimo exemplo e mostra uma incapacidade de acção que é lamentável.
Na quarta-feira, a presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), Teresa Tito de Morais, também considerou inadmissível que as organizações nacionais estejam há dois meses à espera dos refugiados.
A decisão de Portugal acolher cerca de 4.500 pessoas ao abrigo do Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia foi avançada em Setembro, tendo as organizações envolvidas criado um plano de acolhimento, mas continuam ser saber a data da chegada do primeiro grupo.
Em Outubro, atravessaram o Mediterrâneo para a Europa mais de 218 mil pessoas, o que representa um recorde mensal e quase o mesmo número de travessias registado em todo o ano passado, segundo a ONU.
Esta quinta-feira, a Plataforma de Apoio aos Refugiados vai divulgar o montante obtido para apoiar o acolhimento de quem foge da guerra. O valor será canalizado para o apoio aos refugiados – mais de um milhão – estacionados no Líbano.