“Estamos a pagar um preço muito elevado pela guerra, mas não temos outra escolha senão continuar a lutar”, afirmou Netanyahu, no arranque de uma reunião do seu Governo, depois de prestar homenagem aos soldados mortos, acrescentando que “a guerra será longa”.
A morte de 14 soldados na Faixa de Gaza é uma das maiores perdas registadas pelo exército israelita num período tão curto desde o início da ofensiva terrestre em 27 de outubro.
De acordo com os números publicados pelo exército, 153 soldados foram mortos em território palestiniano desde o início da guerra, desencadeada em 7 de outubro por um ataque mortal sem precedentes do Hamas em solo israelita.
Outro soldado israelita foi morto na sexta-feira no norte do país por disparos do movimento libanês Hezbollah, elevando para oito o número de soldados israelitas mortos nesta zona desde o início da guerra.
“Deixem-me ser claro: a guerra vai ser longa. Lutaremos até ao fim, até que os reféns sejam libertados, até que o Hamas seja eliminado e até que a segurança seja restabelecida, tanto a norte como a sul”, acrescentou Netanyahu.
Israel declarou guerra ao Hamas, em retaliação ao ataque de 7 de outubro perpetrado pelo grupo em território israelita, que fez 1.139 mortos, na maioria civis, de acordo com o mais recente balanço das autoridades israelitas.
Cerca de 250 pessoas foram também sequestradas nesse dia e levadas para Gaza, 128 das quais se encontram ainda em cativeiro pelo movimento, considerado uma organização terrorista pela União Europeia, pelos Estados Unidos e por Israel.
A ofensiva israelita por terra, mar e ar já provocou mais de vinte mil mortos, entre os quais oito mil crianças e 6.200 mulheres, e 52.600 feridos, de acordo com números das autoridades locais controladas pelo Hamas, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, segundo a ONU.
Biden pediu a Netanyahu para proteger civis
O Presidente norte-americano, Joe Biden, e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, falaram por telefone no sábado.
Segundo um comunicado da Casa Branca, Biden pediu esforços para a “protecção dos civis” na Faixa de Gaza, onde Israel prossegue os bombardeamentos e a sua ofensiva terrestre.
“O Presidente sublinhou a necessidade crucial de proteger a população civil, incluindo os que contribuem nas operações de ajuda humanitária, e a importância de permitir aos civis de abandonarem em segurança as zonas onde prosseguem os combates”, diz a nota.
Este contacto ocorreu um dia após a adopção pelo Conselho de Segurança da ONU de uma resolução que “exige a todas as partes que autorizem e facilitem o envio imediato, seguro e sem entraves, de uma ajuda humanitária em larga escala” para a Faixa de Gaza, mas sem apelar a um cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas.
Em declarações aos media norte-americana, Biden esclareceu contudo que não exigiu um cessar-fogo na sua “longa discussão”: “Não pedi o cessar-fogo”.