O primeiro-ministro considerou esta terça-feira que a morte do antigo dirigente comunista Ruben de Carvalho representa a perda de um um amigo e de homem de cultural e transmitiu os seus sentimentos ao secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
O histórico dirigente do PCP morreu hoje, aos 74 anos, tendo sido jornalista de profissão, designadamente chefe de redação do semanário Avante!, órgão central do PCP, entre abril de 1974 e 1995, assim como chefe de redação da revista Vida Mundial e redator coordenador do jornal O Século.
"Ruben de Carvalho adorava a vida e se teve tempo de uma última despedida, deve ter dito para si 'foi bonita a Festa, pá!'. Já transmiti os meus sentimentos à sua família e ao secretário-geral do PCP", escreveu António Costa numa nota na rede social Twitter.
O primeiro-ministro caracterizou depois Ruben de Carvalho como um "homem de cultura e inteligência política invulgares, sentido de humor e extraordinária exigência de caráter".
"Seduzia adversários, com a capacidade de construir e honrar os compromissos que Lisboa exigia. Ruben de Carvalho era, antes do mais, um amigo, numa amizade que construímos nos seis anos de intenso convívio na Câmara Municipal de Lisboa", refere o líder do executivo.
António Costa deixa ainda uma nota de lamento: "As vicissitudes da política nunca nos permitiram trabalhar tão estreitamente quanto eu teria - teríamos - gostado e seguramente a cidade muito teria beneficiado", acrescenta.
Ruben de Carvalho era responsável na Câmara Municipal de Lisboa pelo Roteiro do Antifascismo, membro do Comité Central do PCP e fazia parte da organização da Festa do Avante! desde o seu início, em 1976.
Entre outros cargos, foi deputado à Assembleia da República eleito pelo distrito de Setúbal e vereador na Câmara Municipal de Lisboa. Era o único membro no atual Comité Central do PCP que tinha estado preso nas cadeias da PIDE durante o Estado Novo.
Ruben de Carvalho manteve, na RDP1, o programa "Radicais Livres", onde debatia temas de atualidade com Jaime Nogueira Pinto.