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O Presidente norte-americano, Donald Trump, sugere uma “reunião” com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para discutir as tensões e os protestos em Hong Kong há mais de dois meses.
“Não tenho qualquer dúvida que o Presidente Xi quer resolver rapidamente e com humanidade o problema em Hong Kong. Ele pode fazê-lo”, escreveu Trump na rede social Twitter, antes de acrescentar: “Encontro pessoal?”, parecendo dirigir-se diretamente ao Presidente chinês.
Antes, durante o dia, um porta-voz da diplomacia norte-americana tinha declarado à agência noticiosa AFP que os EUA estavam “muito preocupados” com os “movimentos paramilitares chineses” na fronteira com Hong Kong.
Esta região administrativa especial chinesa vive um clima de contestação social desde junho, desencadeado pela apresentação de uma proposta de alteração à lei da extradição que permitiria ao Governo e aos tribunais da região administrativa especial a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
A proposta foi, entretanto, suspensa, mas as manifestações generalizaram-se e denunciam agora aquilo que os manifestantes afirmam ser uma "erosão das liberdades" na antiga colónia britânica, enquanto pedem a demissão da chefe do executivo, Carrie Lam, e a eleição de um sucessor por sufrágio universal direto, e não nomeado pelo Governo central.
A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respetivamente, decorreu sob o princípio de "um país, dois sistemas", precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.
Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.
Os manifestantes temem que Hong Kong fique à mercê do sistema judicial como qualquer outra cidade da China continental e de uma justiça politizada que não garanta a salvaguarda dos direitos humanos.
Os defensores da lei argumentam que, caso se mantenha a impossibilidade de extraditar suspeitos de crimes para países como a China, tal poderá transformar Hong Kong num "refúgio para criminosos internacionais".