Nuno Crato, antigo ministro da Educação, defende que "os alunos são muitas vezes os esquecidos" das greves dos professores.
O início do segundo período de aulas nas escolas foi marcado pelo encerramento de vários estabelecimentos. Em causa, a greve de professores convocada por vários sindicatos. O Sindicato independente de Professores e Educadores fala numa adesão de 80%, esta terça-feira.
À Renascença, Nuno Crato, antigo ministro do Governo de Passos Coelho, refere que são os alunos "que devem estar à frente das preocupações de todos nós".
"Nestes debates, muitas vezes o que se fala são de outros assuntos, também importantes, mas não tão importantes quanto os alunos e o seu futuro", considera.
Nuno Crato alerta que os dois anos de pandemia trouxeram "perdas de aprendizagem inevitáveis que não conhecemos".
Para o especialista, estas perdas têm de ser enfrentadas, mas lamenta "que estejamos cego sobre qual é a realidade dos jovens".
"Aquilo que não aprenderam, vai fazer-se sentir mais tarde. É possível que tenham uma aprendizagem coxa. É por isso que é necessário fazer um diagnóstico rigoroso. Infelizmente, em Portugal, não o fazemos", aponta, ainda.