O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, defendeu que a exploração da Amazónia deve ser feita em parceria com os Estados Unidos e reafirmou a sua intenção de rever demarcações de reservas indígenas no país.
Em entrevista à rádio Jovem Pan, na passada segunda-feira à noite, Bolsonaro voltou a criticar as demarcações de terras indígenas no Brasil e defendeu que os índios e os descendentes de escravos deveriam poder “vender ou explorar” as suas terras como “considerarem melhor”.
“As demarcações de terra que eu posso rever, vou rever”, disse o Presidente brasileiro, que questionou alguns relatórios que permitiram a delimitação das reservas indígenas no país.
Um dos primeiros atos de Bolsonaro como Presidente foi transferir a responsabilidade sobre as demarcações de terras indígenas do Ministério da Justiça para o da Agricultura que, historicamente, defende os interesses dos grandes proprietários de terras.
A medida foi fortemente criticada por organizações não-governamentais, mas Bolsonaro acusou estas instituições de “explorarem e manipularem” os índios.
O chefe de Estado brasileiro, que na quarta-feira comemora 100 dias no cargo, disse que há uma “política errada sobre a Amazónia” e reiterou que a suposta “indústria de demarcações de terras indígenas” que começou em 1992, durante o Governo do ex-Presidente Fernando Collor de Mello, impede o desenvolvimento daquela região.
“Setenta por cento dos índios têm a nossa cultura e querem o desenvolvimento da terra”, disse Bolsonaro.
Durante a entrevista, o chefe de Estado brasileiro mencionou a riqueza mineral do estado de Roraima, localizado no norte do país e que faz fronteira com a Guiana e a Venezuela, e disse que falou com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o seu desejo de explorar a região amazónica em conjunto com os norte-americanos.