O cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, destaca o simbolismo da consagração à Ucrânia e à Rússia do Imaculado Coração de Maria, cerimónia que se realiza sexta-feira em Fátima e no Vaticano, a partir das 16h00.
D. Manuel Clemente relaciona a consagração ao “triste significado” da guerra e do sofrimento humano, com o “perigo que tudo isto representa”, não só para as vítimas do conflito mas também para toda a Humanidade.
“É tal o tamanho de grandeza negativa do que acontece na Ucrânia que tem de ser superado por uma grandeza ainda maior, não só da colaboração de tanta gente, que lá vai ou que lá está e que ajuda como pode”, referiu.
O patriarca de Lisboa falou na importância de pedir a “colaboração do próprio Deus” para as pessoas de fé, “num lugar tão significativo como é Fátima, há mais de um século, como resposta aos sofrimentos e tantas dores que assolam o mundo”.
D. Manuel Clemente recordou que as aparições aconteceram no contexto da I Guerra Mundial, passou por “tantos outros conflitos” que se lhe sucederam.
“É um polo que concentra toda esta vontade de superar os conflitos na sua raiz, que realmente são os corações humanos”, observou.
O cardeal comentou a presença da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima na Ucrânia recorda uma ligação ao Leste da Europa, “logo desde o princípio”, como tem sido sublinhado pelos “sucessivos Papas”.
“A consagração, como ato religioso, é algo constante na vida dos cristãos. Depois, ganha amplitude quando se refere a nações, a povos. Agora é, mais uma vez, a altura para o fazer, para lembrar que, problemas tão grandes, para nós religiosos, devem resolver-se na raiz, ou seja, em Deus”, concluiu.
O Papa vai rezar esta sexta-feira para que a humanidade seja preservada da “ameaça nuclear”, durante o Ato de Consagração a que vai presidir no Vaticano, em ligação à Cova da Iria, invocando a paz, particularmente na Ucrânia e Rússia.