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Desde o início da pandemia e até ao final de julho, o Ministério da Saúde gastou mais de 218 milhões de euros em testes moleculares para detetar infeções pelo novo coronavírus, realizados pelos laboratórios privados.
O número é avançado pelo jornal Público, que cita a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e diz respeito aos testes vulgarmente conhecidos como PCR.
O gasto é muito significativo tendo em conta que, em 2020, os encargos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com as convenções na área das análises clínicas ascenderam a 235 milhões de euros, mais 36% do que no ano anterior (186,4 milhões de euros), segundo o último Relatório Anual do Acesso da ACSS.
As análises clínicas representaram no ano passado mais de metade (52%) da despesa do sector convencionado com o SNS e esta foi a única área em que os encargos aumentaram em comparação com 2019, “em grande parte em face do elevado número de testes ao SARS-CoV-2 realizados”, refere o relatório.
Para explicar a dimensão do montante gasto com testes Covid, o jornal indica que para pagar a despesa de 218 milhões reportada a 17 meses seria necessário gastar, por exemplo, toda a receita obtida com taxas moderadoras no SNS o ano passado (99,6 milhões de euros) e ainda uma parte significativa dos 178 milhões arrecadados em 2019.
Já no que toca ao preço pago pelo Estado, pelos testes moleculares aos privados, com quem tem convenções, tem vindo a descer, desde que foi detetado o primeiro caso positivo de Covid-19 em Portugal, em março do ano passado.
O Ministério da Saúde começou por pagar aos laboratórios privados 87,95 euros por cada teste, um valor que desceu nos últimos dias de setembro do ano passado para 65 euros.
O valor foi atualizado em junho deste ano e o preço foi reduzido para os 40 euros, mas em julho uma nova revisão coloca os testes nos 45 euros.
Em Portugal já foram realizados mais de 17 milhões de testes, tanto moleculares como rápidos de antigénio.