Uma hora depois de o Tribunal Superior Eleitoral do Brasil (TSE) declarar a vitória de Lula da Silva nas eleições deste domingo, Jair Bolsonaro continuava em silêncio.
Assessores da presidência citados pela "Folha de São Paulo" adiantavam, a essa hora, que o derrotado estava no Palácio da Alvorada, onde passou a tarde com o filho Flávio, reunido com o seu candidato a vice, o general Walter Braga Netto.
O jornal apurou que Bolsonaro não quis falar com os seus ministros ao telefone nem recebê-los após o anúncio dos resultados. Em dúvida fica o discurso do derrotado, esperado para a noite de domingo mas que poderá só acontecer na segunda-feira.
Não foi à primeira nem à segunda volta que Jair Bolsonaro conseguiu ser ele a derrotar o rival do Partido dos Trabalhadores, o antigo Presidente brasileiro Lula da Silva.
Pelas 00h em Lisboa, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil confirmava a vitória de Lula com 50,90% dos votos, contra 49,10% para o candidato à reeleição.
Por outras palavras, o antigo chefe de Estado derrotou Bolsonaro com uma margem de 2,12 milhões de votos num total de 215 milhões de eleitores. É uma margem mínima histórica e também a primeira vez que um candidato à reeleição não vence no Brasil.
A emenda constitucional que passou a permitir a reeleição do Presidente em exercício no país foi aprovada em 1997, durante o primeiro mandato da presidência de Fernando Henrique Cardoso.
A partir daí, à exceção de Bolsonaro, todos os Presidentes que estavam em exercício e concorreram às presidenciais foram reeleitos para mais quatro anos de mandato.
Em 1998, Fernando Henrique Cardoso venceu com 53,06% dos votos na primeira volta, frente a Lula da Silva (31,71%) e Ciro Gomes (10,97%), e foi reeleito.
A história repetiu-se e foi Lula da Silva, em 2006, eleito para um segundo mandato, vencendo o agora seu vice-presidente, Geraldo Alckmin, na segunda volta com 60,83% contra 39,17% dos votos.
Oito anos depois foi a vez de Dilma Rousseff repetir o feito: venceu na segunda volta com 51,64% dos votos contra os 48,36% de Aécio Neves.
Michel Temer foi empossado a 31 de agosto de 2016 após o processo de impeachment de Dilma Rousseff e nunca procurou a reeleição.