O líder do PSD, Luís Montenegro, defende que este não é o momento para os "palpites" sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa e anuncia a criação de um grupo de trabalho no partido.
Em clima de pré-campanha, o maior partido da oposição pede "consenso" para essa decisão mas não se compromete com a sugestão apontada pela Comissão Técnica Independente.
Depois de ser recebido na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, pelo bastonário, Luís Montenegro reagiu ao anúncio de que Alcochete será a opção com "mais vantagens" segundo o relatório elaborado pela Comissão Técnica Independente.
"O estudo terá de ter peso, ou seria uma inutilidade. Não andámos a gastar recursos públicos para depois não analisar o relatório", começou por dizer o líder dos social-democratas. No entanto, pede serenidade em torno do tema e que não seja politizado durante este período de luta partidária.
Montenegro diz que "será um mau serviço se agora se multiplicarem os palpites sobre a melhor decisão a tomar" e reitera que o "poder político não tem de acatar nada". Ou seja, caso vença as eleições de 10 de março, não é certo que o PSD escolha Alcochete para a nova localização.
O líder do PSD garante que este dossier será uma prioridade (caso seja eleito) e diz que para acelerar o processo vai criar um grupo de trabalho interno para adiantar trabalho. "Estou à vontade para tomar essa decisão no primeiro dia do meu mandato, se isso for possível", promete Montenegro.
A Comissão Técnica Independente foi aceite pelo PSD, num acordo com o PS, para se tomar uma decisão que tem sido arrastada há décadas.
No ano passado, o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, tomou uma decisão sobre o assunto à revelia do primeiro-ministro, António Costa. Foi revertida logo depois pelo chefe de Governo, e o agora candidato à liderança do PS retratou-se publicamente.