A Ordem dos Médicos denuncia que a capacidade das contas profissionais de correio eletrónico dos médicos de família foi “drasticamente reduzida”.
“Numa altura em que cresce a necessidade de troca de informação clínica por via digital, reduzir de 50Gb para apenas 2Gb uma caixa de correio é um sinal de falta de conhecimento e de falta de estratégia”, lê-se no comunicado.
A Ordem dos Médicos garante que esta foi uma decisão tomada de forma “unilateral e sem aviso prévio” e “constitui mais uma barreira inadmissível ao contacto dos doentes com os seus centros de saúde”, uma situação considerada “especialmente grave no contexto de pandemia que vivemos”.
“Torna-se, portanto, incompreensível, inaceitável e até mesmo intolerável esta decisão de vedar aos médicos, aos outros profissionais e aos doentes o email enquanto ferramenta de trabalho e de contacto”, diz ainda a nota.
A Ordem dos Médicos considera ainda que “se os motivos financeiros estiverem de facto na origem desta decisão prova-se, uma vez mais, o desnorte com que a saúde de todos nós está a ser gerida, ignorando-se que o dinheiro que é hoje retirado sairá mais caro no futuro”. Por isso, o bastonário exige uma “rápida explicação deste erro e reposição da capacidade de resposta”.
No mesmo sentido, também Jorge Roque da Cunha, do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), diz à Renascença que “não faz sentido que, em termos de contactos através dos mails, se criem estas dificuldades”, referindo que as unidades de saúde já vivem com outras restrições.
“Os computadores são obsoletos, as larguras de bandas dos sistemas informáticos também são obsoletas, a questão de não haver impressoras em muitos centros de saúde. Exigimos que se reponha pelo menos a capacidade destas caixas de correio. Sem isso haverá informação que será perdida e muitos contactos que deixarão de ser feitos”, argumenta.
A Ordem lembra ainda “a dificuldade antiga com as centrais telefónicas dos centros de saúde, que estão obsoletas e não permitem fazer um atendimento telefónico eficaz”.