A Coreia do Norte recusou cerca de três milhões de doses da vacina contra a Covid-19 fabricadas na República Popular da China, propondo que fossem oferecidas a países mais necessitados, disse a Unicef esta quinta-feira.
O regime norte-coreano, cujo sistema de saúde é particularmente fraco, foi um dos primeiros países do mundo a encerrar as fronteiras como medida contra a propagação da Covid-19, detetada na República Popular da China em dezembro de 2019 pela Organização Mundial da Saúde.
Pyongyang mantém que a pandemia da Covid-19 não entrou na Coreia do Norte, uma posição muito contestada pelos especialistas internacionais.
O isolamento devido à crise sanitária está a atingir fortemente a economia norte-coreana que já estava afetada pelas sanções económicas aplicadas contra os programas militares que envolvem energia nuclear.
No passado mês de junho, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un reconheceu que o país enfrenta uma "situação alimentar tensa".
De acordo com a Unicef, que distribui as doses das vacinas no quadro da plataforma Covax, o sistema de partilha de compostos contra a pandemia de covid-19 destinados aos países mais desfavorecidos, a Coreia do Norte comunicou que as vacinas da República Popular da China podem ser oferecidas a outros países.
O Ministério da Saúde da Coreia do Norte "fez saber que 2,97 milhões de doses da vacina Sinovac oferecidas à República Popular Democrática da Coreia (designação oficial da Coreia do Norte) podem ser enviadas para os países mais gravemente afetados", explicou à France Presse um porta voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Pyongyang "vai continuar em comunicação" com a Covax "para receber vacinas Covid-19 nos próximos meses", acrescentou o porta-voz.