A Direção-Geral da Saúde (DGS) assegura que o programa nacional de vacinação “é para todas as pessoas presentes em Portugal”, incluindo imigrantes, salientando que todos residentes no país contribuem para o risco de doenças.
“A nossa vacinação é para todas as pessoas presentes em Portugal. Isto é uma questão de saúde pública. Não há aqui fronteiras, nem pode haver impedimentos. Temos de aproveitar todas as oportunidades, porque todas as pessoas que estão em Portugal contribuem para o risco de doenças”, referiu à agência Lusa a coordenadora do programa nacional de vacinação da DGS, Teresa Fernandes.
De acordo com a responsável, a entidade tem instruções para acertar os esquemas vacinais das pessoas que chegam ao país.
“(…) Temos muitos imigrantes. Eles vão às unidades [de saúde], são vacinados e as equipas de saúde pública local estão atentas a essas comunidades para o fazer”, atentou.
Teresa Fernandes explicou que a DGS está a fazer estudos de adesão à vacinação, com a colaboração e a articulação das unidades de saúde pública locais, para perceber como se pode sensibilizar as populações imigrantes.
“Às vezes, podem ter medo, podem não ter tanta facilidade e ir aos serviços de saúde, para que tenham acesso e sejam atendidos como as outras pessoas em Portugal. [Os imigrantes] têm direito e é uma questão de saúde pública”, afirmou.
Sobre se os filhos dos imigrantes que nascem em Portugal são logo vacinados, a coordenadora do programa nacional de vacinação da DGS disse que “fica tudo registado” e a partir do nascimento “as equipas de saúde aproveitam para sensibilizar os pais e para os encaminhar para o serviço de saúde”.
É nessa altura que se consegue normalmente captar as famílias para vacinar a criança e também o resto da família. “É feito esse trabalho a nível local”, observou.
Questionada sobre os movimentos anti-vacinas em Portugal, Teresa Fernandes garantiu à Lusa que a DGS está “a monitorizar a situação” e que não há “razão para falar sobre o assunto”.
“Estamos a medir e a fazer estudos com mais alguma regularidade sobre a adesão à vacinação e os preditores (…) para saber onde devemos atuar, onde é que se situam, quais são as características das pessoas que aderem menos à vacinação e para desenvolver medidas específicas. Neste momento, não temos razão para falar sobre esta temática, porque continuamos a monitorizar que as pessoas aderem e em Portugal exigem a vacinação, felizmente”, concluiu.