A acusação do processo de Tancos foi conhecida e o caso entrou em força na campanha, com Rui Rio a insinuar que António Costa poderia estar ao corrente do alegado encobrimento. O tema esteve em destaque no Conselho de Diretores desta semana, com Graça Franco, Henrique Monteiro e Pedro Santos Guerreiro.
Em recuperação nas sondagens, o líder do PSD, Rui Rio, sacrificou a coerência na reação ao caso de Tancos, arriscou e passou à fase das insinuações, afirma Pedro Santos Guerreiro.
“Rui Rio está a arriscar e está a arriscar tanto que está a arriscar a sua própria reputação de coerência. PSD estava em declínio acentuado nas sondagens, isso foi invertido depois do primeiro debate com António Costa. O PSD galvanizou e, entretanto, saíram dois casos judiciais. Primeiro, foi o caso das golas antifumo e agora a acusação do caso de Tancos, que é infinitamente mais grave. Rui Rio o que fez, sacrificando a coerência, foi arriscar e agora passou para a fase das insinuações, porque não há nenhuma prova conhecida que implique o primeiro-ministro.”
Para Pedro Santos Guerreiro, é “muito difícil” perceber se o caso Tancos, em que o antigo ministro da Defesa Azeredo Lopes foi acusado de vários crimes, vai ter impacto nos resultados eleitorais. O jornalista não acredita numa “inversão brutal, mas isto só prejudica o PS”.
A diretora de Informação da Renascença, Graça Franco, considera que Rui Rio acabou por implicar António Costa no caso “de uma forma tão rebuscada. É implicar sem querer implicar”.
Na leitura de Henrique Monteiro, “era melhor para o Rui Rio estar calado”, até porque “não tem grande ganho de causa”.