O Supremo Tribunal de Angola pediu ao presidente José Eduardo dos Santos para justificar o facto de ter nomeado a sua filha Isabel dos Santos para liderar a Sonangol, a empresa estatal de petróleo.
De acordo com documentos judiciais consultados pela agência Reuters, José Eduardo dos Santos nomeou sua filha bilionária Isabel para o lugar de directora executiva da petrolífera Sonangol em Junho. Isabel dos Santos prometeu uma revisão da Sonangol para melhorar a sua eficiência e mais margens para compensar o impacto dos preços do petróleo em queda.
Angola, membro da OPEP, é actualmente a maior produtora de petróleo da África devido aos ataques de militantes e outros problemas que obrigaram à redução de produção na Nigéria, mas tem sido duramente atingida pela queda dos preços do petróleo.
O tribunal angolano agiu na resposta a uma acção movida por 14 advogados angolanos, que acusaram o presidente de nepotismo e violação da lei nacional.
Nem a equipa de comunicação da Presidência, nem Isabel dos Santos se para responder aos pedidos de comentário da Reuters.
Isabel dos Santos, classificada como a mulher mais rica da África pela revista “Forbes”, foi nomeada para o cargo depois da demissão-relâmpago do conselho de administração da Sonangol pelo presidente José Eduardo dos Santos.
Depois de ser empossada, Isabel dos Santos disse aos jornalistas que estava a planear dividir a empresa em três sectores que supervisionassem as operações, logística e as concessões a empresas internacionais de petróleo.
José Eduardo dos Santos foi acusado por alguns analistas de estar a preparar o terreno para a sua sucessão, já que já expressou a sua intenção de deixar o cargo em 2018, um ano depois das eleições presidenciais. Outros disseram que Isabel dos Santos estaria a falar a sério sobre as mudanças que pretende implementar na Sonangol.