A Associação de cidadãos auto-mobilizados considera que a diminuição da velocidade dos transportes públicos deve-se à "incapacidade política" de encontrar soluções para resolver os " problemas estruturais de desordenamento do território e da incapacidade de gerir o sistema de transporte urbano em Portugal".
À Renascença, Manuel João Ramos, da associação, diz que este é um "problema de décadas" e que, por isso "soluções de curto prazo, penso rápido, não vão resolver grande coisa".
Exemplifica com o caso de Lisboa, em que "há décadas que a Carris reclama faixas bus reais, daquelas em que o automóvel não entra, porque a maior parte tem traço não contínuo para que os automóveis possam entrar na faixa bus, o que é completamente contrário à ideia de uma faixa bus".
Ainda assim, Manuel Ramos admite que mesmo que sejam implementadas linhas contínuas nas vias dedicadas para transportes públicos, é necessária "fiscalização pela PSP e pelas polícias municipais em meio do trânsito", que neste momento "deixa muito a desejar".
"Há muito tempo que não me lembro de ver alguém ser parado numa faixa bus por um polícia só porque entrou na faixa bus", crítica.
Manuel João Ramos conclui dizendo que não são necessárias "soluções criativas", mas sim implementar sistemas já existentes em "várias cidades da Europa e do mundo".
Dados do Instituto da Mobilidade e dos Transportes mostram que, em 5 anos, a velocidade média baixou em Portugal, sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto aumentou, circulando-se em média a 18 quilómetros por hora, fazendo aumentar o número de pessoas que optam pelo transporte individual.