O Governo aprovou a aquisição de 73 obras de arte de 64 artistas, em 2022, para a Coleção de Arte Contemporânea do Estado (CACE), no valor de 800 mil euros, que tinha sido anunciado como teto para este ano.
Em comunicado, o Ministério da Cultura revelou que o ministro Pedro Adão e Silva “aprovou, no passado dia 16 de setembro, o relatório e as propostas de aquisição no contexto do programa anual de aquisição de arte contemporânea do Estado para 2022”.
Entre as obras propostas para aquisição encontram-se trabalhos de Alice dos Reis (nascida em 1996 e a mais jovem artista do conjunto), Ana Hatherly, Ana Mata, André Guedes, António Caramelo, Carlos Bunga, Catarina Lopes Vicente, Délio Jasse, Edgar Martins, Isabel Cordovil, Jonathan Uliel Saldanha, Leonor Antunes (autora da peça mais cara da lista, "Tapete", no valor de 64 mil euros), Manuela Marques, Maria Lino, Nástio Mosquito, Paulo Catrica, Rita GT, entre muitos outros.
De acordo com o relatório da Comissão para Aquisição de Arte Contemporânea, enviado a par do comunicado do ministério, para além das obras propostas, é também recomendado que seja produzido um catálogo com as aquisições e feita uma exposição conjunta das obras adquiridas entre 2021 e 2022.
“Propõe-se, igualmente, que após o encerramento desta exposição, as obras adquiridas sejam expostas em núcleos expositivos numa lógica de dispersão territorial, permitindo a difusão das novas aquisições da Coleção de Arte Contemporânea do Estado, sendo particularmente importante que isto aconteça em territórios de baixa densidade populacional”, acrescentou a comissão coordenada por Sandra Vieira Jürgens.
Criada nos anos 1970, com o objetivo de se converter numa coleção representativa da produção artística nacional, a então “Coleção SEC” foi fazendo aquisições ao longo das décadas, mas ficou paralisada durante cerca de 20 anos.
As aquisições foram retomadas em 2019, através da criação de comissões para identificar obras de artistas plásticos contemporâneos, com vista à integração no programa de aquisição de arte contemporânea portuguesa do Estado.
Esse programa foi relançado pelo Governo depois de um grupo de 200 artistas plásticos ter exigido, em 2018, medidas urgentes para o setor da arte contemporânea ao primeiro-ministro, António Costa, que criou um programa de aquisições a dez anos, começando com um orçamento de 300 mil euros para 2019.
Desde então, foram criadas duas comissões de aquisição, com especialistas da área, e, com aquele valor, adquiridas 21 obras de arte em 2019, no ano seguinte, com um orçamento de 500 mil euros, mais 65 foram compradas, e, em 2021, com um valor de 650 mil euros, outras 73 obras.
Para este ano estava prevista uma verba de 800 mil euros, para novas aquisições de obras de arte para a CACE.