O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, está cada vez mais isolado no meio patronal. Associações filiadas na CIP e as outras confederações patronais não gostaram de o ouvir falar por todos e anunciar um aumento do salário mínimo para mais de 600 euros.
Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, António Saraiva revelou que cada uma das confederações estava a fazer o trabalho de casa e que iriam surpreender a sociedade quando o aumento do salário mínimo fosse discutido em Concertação Social.
No entanto, quem ficou surpreendido com as declarações foram os outros lideres patronais que não gostaram de o ouvir falar em nome de todos.
Apesar de concordarem que o salário mínimo tem que subir, frisam que a situação é diferente de sector para sector e de região para região. Por isso, qualquer proposta terá que ser bem avaliada e este ainda não é o tempo de o fazer.
Segundo a Renascença apurou, dentro da própria Confederação Empresarial de Portugal há associações, nomeadamente na área dos têxteis, que mostraram de imediato a sua oposição ao anúncio de António Saraiva.
Na opinião dos lideres patronais a prioridade agora é o voto do Parlamento à proposta do governo que reflete o Acordo de Concertação assinado há uma semana. Se o Executivo fizer cedências à Esquerda que alterem o clausulado, as confederações patronais poderão assumir uma posição conjunta - e aqui, a quatro - e denunciar o acordo.