O presidente do PSD, Rui Rio, revelou que o partido vai chamar o antigo ministro socialista Manuel Pinho ao parlamento para esclarecer as alegadas suspeitas que lhe têm sido imputadas em diversas notícias.
"O PSD vai tomar a iniciativa de chamar o ex-ministro Manuel Pinho ao Parlamento, no sentido de ele poder dar, do ponto de vista político, as explicações que ache que deve dar ao país", declarou o líder social-democrata aos jornalistas, na cidade da Guarda, durante uma visita à 5.ª Feira Ibérica de Turismo (FIT), organizada pela câmara local.
"Há, depois, um outro paralelo, que é o paralelo jurídico, que não tem rigorosamente nada a ver com isto, mas acho que, do ponto de vista político, há explicações a dar, porque a democracia portuguesa não pode continuar com estes sucessivos casos de suspeitas corrupção e de compadrio", afirmou o líder nacional do PSD.
Rui Rio espera que Manuel Pinho "aceite a ida ao parlamento, explique o que tiver de explicar e, preferencialmente, que esteja em condições de negar tudo aquilo que lhe tem sido imputado em diversas notícias".
"Aquilo que me preocupa neste momento é que em Portugal temos ouvido uma série de notícias sobre corrupção e sobre compadrio na política e que isto não é compaginável, naturalmente, com uma democracia saudável", acrescentou.
"Contorno político muito forte"
O presidente do PSD admitiu que os portugueses "já estão fartos dessas notícias, particularmente desta última notícia relativamente ao antigo ministro da Economia do PS Manuel Pinho", apontando que se aguardou "durante algum tempo que ele desse algumas explicações".
"A verdade é que os dias vão passando e o doutor Manuel Pinho não diz nada e é um silêncio que pesa muito face àquilo que são as alegadas responsabilidades que ele pode ter", afirmou.
Rio observou que "sucedem-se notícias, desde há uns anos a esta parte, sobre casos lamentáveis de compadrio, de corrupção na política" e que gostaria que a esfera judicial fosse "mais célere, mais eficaz na resolução destes casos mais graves, mas este caso particular do antigo ministro da Economia do PS é um caso que tem um contorno político muito forte".
"É verdade ou não é verdade que ele enquanto ministro recebia um salário paralelo de 15 mil euros por mês, que é muito dinheiro, do grupo Espírito Santo? Isto é um facto que o doutor Manuel Pinho poderá estar ou não em condições de desmentir", declarou.
Segundo Rui Rio, "os dias passaram-se" e continua o silêncio do ex-governante sobre o assunto.
Por isso, "a bem da democracia, a bem da respeitabilidade da política", considera que Manuel Pinho devia aceitar a convocatória que o Grupo Parlamentar do PSD vai fazer no parlamento para, "através do parlamento, que é o local próprio, poder explicar aos portugueses".