Jaime Marta Soares revelou, esta quinta-feira, que os jogadores do Sporting recusaram falar com Bruno de Carvalho, após as agressões em Alcochete, e que já não têm qualquer respeito pelo presidente dos leões.
Em entrevista à SIC Notícias, o demissionário presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting contou que os atletas "não aceitaram falar com Bruno de Carvalho", quando o líder leonino chegou à Academia, após as agressões por parte de 50 adeptos ao plantel e equipa técnica.
"Mesmo toda a minha conversa com o Bruno de Carvalho foi no exterior da Academia, porque ele sentiu que os jogadores se afastavam dele e não queriam falar com ele", revelou. Marta Soares, desvelou, ainda, que Jorge Jesus, falou com Bruno "em respostas telegráficas" e sem qualquer demonstração de "proximidade nem de qualquer afabilidade".
"Ninguém se queria aproximar dele para falar com ele. Daquilo que eu interpretei, o plantel perdeu todo o respeito institucional pelo presidente do Sporting CP", rematou Jaime Marta Soares, naquela entrevista.
A operação "Cashball" investiga alegada compra de jogadores de futebol e de árbitros de andebol com a intenção de beneficiar as equipas do Sporting. Marta Soares sublinhou que não acredita que os leões tenham comprado jogadores para facilitar vitórias, mas fez uma ressalva:
"Para mim, é inimaginável. Se isso vier a ser provado como verdadeiro, eu e todos os sportinguistas repudiamos veementemente. E até diria mais: exigimos ao poder judicial, com todo o respeito que nos merece, para que seja célere no apuramento de todas estas situações e que não deixe que o anátoma da suspeição se mantenha por muito tempo".
Quando o castelo cai, o rei também vai abaixo
Independentemente dos casos de Alcochete e de alegada corrupção no andebol e futebol leoninos, Marta Soares admitiu que Bruno "já não tem condições de continuar" no cargo e elencou as razões, de cariz diretivo.
"Há uma demissão em bloco da mesa da Assembleia Geral. Há uma demissão em bloco do conselho fiscal. Há já quatro, se não cinco, elementos do conselho diretivo que querem tamvém sair e apresentaram a sua demissão. Ora, as bases de sustentação do projeto que foi trabalhado em conjunto deixaram de existir", declarou.
Marta Soares lamentou o facto de que Bruno "nunca aceita, de há uns tempos a esta parte, qualquer tipo de aconselhamento ou recriminação".
"Não entendo porquê. Na Academia, em que estivemos juntos, eu, da forma como sempre o tratei, com todo o respeito e com amizade, dizia se não havia necessidade urgente de reunirmos os órgãos sociais perante o que se estava a passar. Bruno de Carvalho não estava consciente da situação que se estava a viver ou não estava consciente de qual deve ser o seu papel como dirigente máximo do Sporting CP", reconheceu.