O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil ordenou a retirada de circulação de um vídeo em que Jair Bolsonaro, atual Presidente e candidato à recondução, questiona a transparência e funcionamento do sistema de voto brasileiro sem qualquer prova que sustente as acusações.
O vídeo mostra uma reunião realizada em julho por Bolsonaro com embaixadores e diplomatas estrangeiros, durante a qual teceu ataques infundados ao sistema eleitoral, em particular à segurança das urnas, numa altura em que o seu principal opositor nas eleições de outubro, Lula da Silva, continua a liderar as sondagens.
Na sequência de queixas, com a oposição a acusar Bolsonaro de aproveitar a presidência para espalhar "fake news" sobre as eleições, o ministro corregedor do TSE, Mauro Campbell, ordenou na quarta-feira ao Facebook, Instagram, YouTube e TV Brasil a retirada de circulação do vídeo.
Entre os argumentos apresentados pelo responsável conta-se o facto de Bolsonaro ter reproduzido nesse encontro informações já desmentidas pela própria instância judicial superior. Apesar disto, o Presidente brasileiro "insiste em divulgar deliberadamente factos inverídicos", destaca Campbell.
Outro dos fundamentos invocados pelo ministro para justificar a decisão prendem-se com "a proteção da imagem da Justiça Eleitoral e do processo eleitoral", quando falta cerca de um mês e meio para a ida às urnas, marcada para 2 de outubro.
“Há risco evidente de irreversibilidade do dano causado ao representante e à própria Justiça Eleitoral, no que tange à confiabilidade do processo eleitoral, em razão da disseminação de informações falsas, relativamente ao sistema de votação e totalização de votos, adotado há mais de vinte anos por este Tribunal.”