O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, classificou a destruição provocada pela chuva na cidade de Petrópolis como “uma imagem de guerra, lamentável”.
O chefe de Estado brasileiro lamentou ainda que é difícil precaver o país “de tudo o que pode acontecer”, sublinhando que a região é “já bastante acidentada” com outras tragédias.
As declarações foram feitas durante uma visita de Bolsonaro, esta sexta-feira, a Petrópolis que, no início desta semana, foi atingida por fortes chuvas. Até ao momento, registam-se pelo menos 120 mortos na sequência dos deslizamentos de terra, desabamentos de encostas e enxurradas.
Jair Bolsonaro encontrava-se em viagem oficial ao leste europeu, mas acabou por regressar ao Brasil, esta sexta-feira. “Essa catástrofe é grande, levando-se em conta o número de mortos. A gente lamenta e pede a Deus que conforte todos os familiares. Somos solidários a todos os nossos irmãos e tudo faremos para minorar o sofrimento do povo da região", acrescentou.
Bolsonaro sobrevoou as áreas mais afetadas, visitou o centro de operações do Governo Federal, montado no 32.º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha, e participou numa reunião com o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo.
De acordo com a CNN Brasil, o Presidente anunciou, ainda, uma verba adicional de 86 milhões de euros (500 milhões de reais) para as regiões do Brasil atingidas pelas chuvas de verão.
Ao ser questionado sobre os recursos, Bolsonaro afirmou que tragédias do género não podem ser todas previstas e diferenciou o orçamento votado no Congresso dos recursos urgentes disponibilizados para situações adversas.
“Muitas vezes não temos como nos precaver de tudo o que possa acontecer nesses 8 milhões e meio de quilómetros quadrados. A população logicamente tem razão em criticar, mas aqui é uma região bastante acidentada. Infelizmente já vimos outras tragédias aqui”, declarou.
O balanço de mortos já aumentou várias vezes e ainda deverá ser atualizado já que o número de desaparecidos na localidade, de 300 mil habitantes, localizada 60 quilómetros da cidade do Rio de Janeiro, ainda não foi apurado pelo Corpo de Bombeiros.
O balanço mais recente das autoridades dá conta ainda de mais de 130 desaparecidos, 24 pessoas resgatadas com vida e 705 pessoas que foram encaminhadas para os 33 pontos de apoio montados na cidade para atender os desalojados.
Petrópolis, a cerca de 70 quilómetros da cidade do Rio de Janeiro, acumulou 259 milímetros de chuva em seis horas, na tarde e noite de terça-feira, de acordo com fontes da proteção civil.
De acordo com fontes oficiais, ocorreram pelo menos 269 deslizamentos de terra e 56 desabamentos ou quedas de muros e árvores.
Esta não é a primeira vez que a região montanhosa do Rio de Janeiro foi atingida por fortes tempestades.
Em 2011 ocorreu a maior tragédia meteorológica alguma vez registada no Brasil, quando as tempestades provocaram mais de 900 mortos e uma centena de desaparecidos na região.