A atuação do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação do portátil de Frederico Pinheiro, antigo adjunto de João Galamba, foi justificada, voltou a reiterar, esta quarta-feira, o primeiro-ministro António Costa.
O equipamento informático tinha “documentos classificados” e “o SIS deve agir preventivamente”, disse.
No Parlamento, António Costa sublinhou também mais uma vez a legalidade da intervenção. “Não vejo qualquer tipo de ilegalidade na atuação do SIS”, disse, quando questionado por Catarina Martins sobre a base legal da atuação.
Munido de notícias, o primeiro-ministro lembrou que, no passado, Frederico Pinheiro disse que devolveu voluntariamente o portátil ao agente do SIS.
Ouvido na CPI, na semana passada, o antigo adjunto de Galamba afirmou terem existido pressões por parte do agente do SIS.
Inquirido por André Ventura, clarificou ainda, corrigindo uma afirmação prévia: “Nunca informei o Presidente da República sobre a intervenção do SIS."
Questionado por Miranda Sarmento, líder parlamentar do PSD, se estaria disponível para “depor na comissão da TAP” – por escrito ou presencialmente -, Costa garantiu que “não foge ao cumprimento dos seus deveres” e que o primeiro-ministro deve “fazer tudo o que a Assembleia da República” quiser.
Apesar
de muita insistência da parte de André Ventura e também de Rui Rocha, António
Costa recusou esclarecer o papel que António
Mendonça Mendes teve na chamada dos serviços de informação para a recuperação
do computador de Frederico Pinheiro.
Tutti Frutti e demissões
Miranda Sarmento aproveitou a oportunidade para questionar o primeiro-ministro sobre as últimas revelações da operação Tutti Frutti, que envolvem Fernando Medina e Duarte Cordeiro.
Face ao revelado, o que fará? Costa não respondeu diretamente.
“Se a Justiça tem informações, que exerça as suas funções”, disse, não perdendo, ainda assim, a oportunidade de mandar uma boca: “A primeira forma de combatermos o populismo é não imitarmos o populismo."
André Ventura também insistiu com o primeiro-ministro sobre os ministros implicados na operação Tutti Frutti. António Costa garantiu que mantinha “toda a confiança política” nos dois governantes.
Costa responde a Montenegro: “Governo não está parado, está a governar”
Depois de Montenegro ter dito ontem que “chegou o tempo” do PSD, António Costa não deixou passar a oportunidade de atacar o líder social-democrata, em declarações no Parlamento.
Com ironia, repetiu as palavras de Luís Montenegro e falou sobre a “verdadeira ambição da direita”.
Segundo o primeiro-ministro, os portugueses “não desejam crise política” e que isso é “contrário aos interesses nacionais”.
“Cada dia que a vida dos portugueses melhorar é um dia em que a direita terá mais dificuldade em derrubar este Governo e substituir o PS na governação do país”, disse.
Quanto ao seu Governo, garantiu que “não está parado, está a governar”.
É pouco audível perante o ruído mediático para cada caso e casinho, para servir de ecrã e tornar invisível o trabalho que estamos a fazer e a executar serena e compassadamente o nosso programa de Governo”, frisou.
[Em atualização.]