Zelensky cita Luther King e recorda ataque a Pearl Harbour
16-03-2022 - 14:01
 • Carla Fino, com redação

O Presidente da Ucrânia discursou ao Congresso dos EUA, a partir de Kiev. Pediu ajuda para uma zona de exclusão aérea e citou os ataques contra os Estados Unidos para comparar os horrores que o povo ucraniano tem vivido durante a invasão russa.

Veja também:


O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recorreu esta quarta-feira à famosa frase de Martin Luther King, “Eu tenho um sonho”, para apelar ao reforço da ajuda dos Estados Unidos ao seu país na guerra contra a Rússia.

Num discurso dirigido ao Congresso norte-americano, Volodymyr Zelensky volta a apelar a uma zona de exclusão aérea e recordou os ataques a Pearl Harbor e 11 de setembro para comparar os horrores que o povo ucraniano tem vivido.

Na falta criação de uma zona de exclusão aérea, o primeiro-ministro pediu armamento aos congressistas norte-americanos, que já aprovaram um pacote de ajuda de 13,6 mil milhões de dólares.

"Oferecemos uma alternativa. Sabemos que tipo de sistemas de defesa necessitamos, sabemos o que isso depende no campo de batalha, e na capacidade de ser usada aviação. Uma forte e poderosa aviação que possa proteger o nosso povo, a nossa liberdade e a nossa terra. Nós sabemos que existe e que vocês a têm, mas está em terra e não no céu ucraniano”, declarou o líder ucraniano numa intervenção ao 21.º dia da invasão russa.

“'Eu tenho um sonho'. Estas palavras são bem conhecidas de todos vós e eu hoje posso-vos dizer eu preciso, eu preciso de proteger o nosso céu, eu preciso da vossa decisão, da vossa ajuda, o que quer dizer exatamente aquilo que sentem quando ouvem 'Eu tenho um sonho'", afirmou Zelensky.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 691 mortos e mais de 1.140 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.