O autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, apelou a uma manifestação pacífica da população diante das bases militares do país, no sábado, para pedir ao exército que abandone o chefe de Estado, Nicolás Maduro.
"Sábado 04: mobilização nacional pacífica nas principais unidades militares para que estas se juntem à Constituição", publicou Guaidó na sua conta pessoal na rede social Twitter, esta sexta-feira.
O exército é um ator central no poder venezuelano, pois domina o setor de petróleo, do qual o país obtém 96% das suas receitas, assim como vários ministérios, e até agora demonstrou um forte apoio a Nicolás Maduro.
Juan Guaidó desencadeou na madrugada de terça-feira um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.
O regime de Maduro, que tem o apoio da Rússia, além de Cuba, Irão, Turquia e alguns outros países, ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado e não houve progressos na situação, aparentemente dominada pelo regime.
Guaidó, que tem estado na rua com a população, quer que Maduro abandone o poder e que o povo possa escolher os seus governantes, para sair da crise política e económica que já levou à emigração de mais de três milhões de pessoas desde 2015 e deixou o país às escuras, com falta de medicamentos e de alimentos e dificuldade de acesso a ajuda humanitária.
Por outro lado, o Governo espanhol anunciou que não vai entregar às autoridades o opositor venezuelano Leopoldo López, que está na embaixada de Espanha em Caracas, depois de o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ter emitido um mandado de detenção.
A justiça venezuelana ordenou a detenção de Leopoldo López, que se refugiou na embaixada espanhola depois de ter estado ao lado do autoproclamado Presidente Juan Guaidó.