Guerra e pobreza extrema no Sudão do Sul. Papa visita o país mais jovem do mundo
03-02-2023 - 06:15
 • Aura Miguel , enviada ao Sudão do Sul

Depois da República Democrática do Congo, Francisco prossegue a viagem no continente africano.

O Papa chega ao início da tarde desta sexta-feira, ao Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo, declarado independente em 2011.

É uma viagem inovadora, do ponto de vista ecuménico, porque vai ser "realizada a três”, com o arcebispo de Cantuária, Justin Welby, e o Moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, Iain Greenshields.

O Sudão do Sul, devastado por lutas étnicas, sobretudo por causa do petróleo na zona norte, regista uma pobreza extrema. 80% da população vive em zonas rurais com menos de dois dólares por dia, três milhões de pessoas passam fome e 105 mil crianças correm o risco de morrer se não receberem ajuda imediata.

Este povo já sofreu duas guerras civis. A mais recente, aconteceu dois anos após a independência, quando as forças leais ao presidente Salva Kiir entraram em confronto com as forças leais do vice-presidente Riek Machar, de um grupo étnico diferente. O balanço foi um derramamento de sangue que causou 400 mil mortos.

Em 2018, um acordo político tentou pôr fim aos conflitos, mas há partes deste acordo, incluindo o envio de um exército nacional reunificado, que ainda não foram implementadas.

Em abril de 2019, o Papa chamou a Roma os principais líderes, para um tempo de retiro e diálogo no Vaticano. No final deste encontro, Francisco ajoelhou-se para beijar os pés dos líderes do Sudão do Sul, exortando-os a não voltarem à guerra civil.

O grande destaque de hoje será, certamente, o discurso às autoridades do país, mais logo quando forem 15h00 em Lisboa.

O Papa permanecerá no Sudão do Sul até ao próximo domingo, dia 5.