Com um resultado muito dividido nos Açores, os líderes nacionais de PS e PSD, António Costa e Rui Rio, remetem qualquer decisão sobre coligações para as respetivas comissões políticas regionais. Ainda assim, ambos clamaram vitória. Costa porque o PS ganhou pela sétima vez as eleições regionais, Rui Rio porque o PSD conseguiu subir nos mandatos e tirar a maioria absoluta ao PS.
Rui Rio salientou que, ainda por cima, estas foram umas eleições difíceis para o PSD-açores, cujo líder, José Manuel Bolieiro, foi eleito há menos de um ano. Uma dificuldade acrescida com uma campanha feita em pandemia.
Questionado sobre eventuais coligações à direita, uma vez que PSD, CDS, Chega e Iniciativa Liberal têm mais um deputado do que PS, BE e PAN, Rui Rio respondeu que essa vitória da direita é muito fracionada e remeteu quaisquer decisões para os órgãos regionais do partido.
“Matematicamente, o PS ficou em primeiro, o PSD ficou em segundo", reconheceu Rio, numa frase em que António Costa repetiria a seguir, citando mesmo o presidente do PSD, como se ele próprio não tivesse, em 2015, transformado um segundo lugar eleitoral numa oportunidade para formar governo.
Falando como secretário-geral do PS, Costa salientou a vitória de Vasco Cordeiro, mas como primeiro-ministro deixou já a disponibilidade para trabalhar com todos para o desenvolvimento dos Açores.
Já o Bloco de Esquerda quis deixar claro que não se colocará ao lado da direita em qualquer tentativa de oposição a um governo do PS. O líder parlamentar do Bloco, Pedro Filipe Soares, disse que o partido não apresentará nenhuma moção de rejeição ao programa de governo que venha a ser apresentado pelo partido mais votado, nem votaria a favor de qualquer iniciativa da direita nesse sentido.
Pedro Filipe Soares falava na sede do Bloco três horas depois de a líder do partido anunciar o voto contra o Orçamento do Estado na generalidade. Nos Açores, o Bloco conseguiu manter os dois deputados.
Pelo CDS, Francisco Rodrigues dos Santos não conseguiu esconder a satisfação com os resultados do primeiro ato eleitoral como líder nacional.
Salientando que o CDS é a terceira força política da região, disse que estes resultados mostram que “os portugueses preferem uma direita moderada, que não cai em extremismos de conversa de café”.
Francisco Rodrigues dos Santos disse que “o CDS foi um partido determinante para retirar a maioria absoluta ao PS”, e garantiu que “os órgãos regionais do partido saberão ler a vontades de mudança que os açorianos expressaram".