OMS avisa que Covid-19 não está controlada nem vencida
05-10-2021 - 21:52
 • Renascença com Lusa

"Estamos completamente no meio desta pandemia", avisa a responsável pela gestão da pandemia, Maria Van Kerkhove.

A responsável pela gestão da Covid-19 na Organização Mundial de Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, alertou, esta terça-feira, que o novo coronavírus ainda não está controlado e que a pandemia não está quase vencida.

De acordo com a responsável, 3,1 milhões de novas infeções e 54.000 mortes foram relatadas em todo o mundo na semana passada, com os números reais a serem provavelmente muito superiores.

"A situação é ainda incrivelmente dinâmica. E é dinâmica porque não temos controlo sobre este vírus", disse a epidemiologista norte-americana, numa conversa ao vivo nas redes sociais da OMS.

Kerkhove alertou que o mundo ainda não está "fora de perigo".

"Estamos completamente no meio desta pandemia. Mas onde no meio ainda não sabemos, porque francamente não estamos a utilizar as ferramentas que temos neste momento para nos aproximarmos do fim", assinalou.

Covid-19 veio para ficar


Maria Van Kerkhove lamentou também que em algumas cidades estejam saturadas as unidades de cuidados intensivos e hospitais, com pessoas a morrer, “enquanto nas ruas as pessoas se comportam" como se a epidemia "tivesse acabado completamente".

A responsável assinalou também que as mortes ocorreram em grande parte entre as pessoas que não foram vacinadas.

Segundo os dados fornecidos pelos países que dão informações à OMS “a taxa de hospitalização e de mortes é de longe” mais elevada “entre os que não foram vacinados”.

Maria Van Kerkhove também lamentou a desinformação e as ideias falsas que circulam na internet sobre a Covid-19: "O resultado é que as pessoas estão a morrer. Não podemos dourar isso.”

A OMS está a estudar como a pandemia pode evoluir nos próximos três a 18 meses. A responsável disse que ainda há bolsas de pessoas que não estão vacinadas, ou por falta de acesso a vacinas, ou porque se recusam ser vacinadas, e ainda podem vir a surgir surtos epidémicos.

E frisou que o vírus veio para ficar. "A possibilidade de erradicar o vírus, ou mesmo de o eliminar a nível global, perdeu-se desde o início. Perdeu-se porque, a nível global, não atacámos este vírus tão vigorosamente quanto podíamos", lamentou.