"Não passes cartão." PJ detém 15 suspeitos de burlas com crédito
11-04-2023 - 14:31
 • Renascença

Com entre 25 e 60 anos de idade, os detidos, todos portugueses, "faziam desta atividade ilícita modo de vida".

A Polícia Judiciária deteve, esta terça-feira, 15 pessoas por suspeita de crimes de burla informática, burla qualificada e branqueamento de capitais.

Em comunicado, a PJ indica que foi realizada hoje "uma operação policial para cumprimento de mandados de detenção e de buscas domiciliárias", num total de 36 buscas em inúmeras cidades de norte a sul de Portugal.

Os 15 detidos, todos de nacionalidade portuguesa e com entre 25 e 60 anos de idade, "faziam desta atividade ilícita modo de vida" e vão agora ser presentes no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para primeiro interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.

"Os factos em investigação enquadram-se num esquema de branqueamento de carácter transnacional, que visa ocultar, converter e integrar na economia legítima importâncias provenientes de diversos tipos de burlas, sendo os lesados em regra cidadãos nacionais", indica a PJ em comunicado.

"Por meio de engano e erro consciente", as vítimas abriam mão de quantias transferidas "para contas de supostos fornecedores de bens/serviços ou intermediários de crédito, a que se sucediam outros movimentos financeiros que visavam criar uma cortina sobre aqueles que procediam à integração final na economia real, já em países terceiros", nomeadamente no Benim e na Lituânia.

"De igual modo, também para esses países eram remetidos os cartões de crédito e credenciais de movimentações de contas, operando posteriormente a organização a partir daí", é indicado no comunicado.

As buscas domiciliárias foram realizadas nos municípios de Porto, Gondomar, Ermesinde, Braga, Santo Tirso, Vila Nova de Gaia, Paredes, Vila do Conde, Maia, Esposende, Barcelos, Viana do Castelo, São Mamede de Infesta, Águeda, Figueira da Foz, Ovar, Coimbra, Ílhavo, Alcobaça, Santarém, Murça, Reguengos de Monsaraz, Évora, Vila Viçosa, Castelo de Vide, Carnaxide, Montemor-o-Velho, Palmela, Setúbal, Covilhã, Cacém, Lisboa, Sintra, Olhão e Santa Cruz.

A operação envolveu investigadores, peritos e seguranças, 180 elementos da Polícia Judiciária, contando com a participação, além da Diretoria do Norte, também da Unidade Nacional Contra a Corrupção, Diretoria do Sul, Diretoria do Centro e Departamentos de Investigação Criminal de Madeira, Braga, Leiria, Setúbal, Guarda e Vila Real.

No decurso da operação policial foi apreendida documentação diversa, material informático e cartões bancários e de telecomunicações.