Os vários nomes para a sucessão a Rui Vitória, no banco do Benfica, já passam pelos ecrãs e folhas de jornais quais créditos de um filme da "Guerra das Estrelas". Uns mais prováveis, outros menos, a Renascença apresenta-lhe diversos treinadores que poderão assumir o leme.
Jorge Jesus
Desde logo, o nome mais forte e imediato numa lista preliminar de sucessores para Rui Vitória. O atual treinador do Al Hilal, que a imprensa saudita diz estar na porta de saída após três vitórias nos últimos sete jogos, deixou sempre a ideia de que poderá voltar ao Benfica.
Jorge Jesus assumiu o comando do Benfica em 2009/10, proveniente do Sporting de Braga, e foi campeão logo na primeira época. Seguiu-se, depois, um interregno de três anos - perdeu para o FC Porto de André Villas-Boas, no primeiro, e de Vítor Pereira, nos dois seguintes. Em 2013/14 e 2014/15, conquistou o bicampeonato e, num dos "golpes" do século, atravessou a Segunda Circular, para ser treinador do Sporting.
Nos leões, Jesus começou por tirar uma Supertaça ao Benfica, então já treinado por Rui Vitória, mas não conseguiu cumprir dois grandes desejos: conquistar o campeonato e a Taça de Portugal. Este último objetivo prendia-se com um sonho antigo do falecido pai do treinador de 64 anos, Virgolino de Jesus. Na última época, foi à final do Jamor, mas perdeu para o Desportivo das Aves, por 2-1. Uma final em que a equipa do Sporting pagou caro o ataque à Academia de Alcochete.
Luís Castro
O jornal "O Jogo" lança, esta quarta-feira, a possibilidade Luís Castro. O treinador do Vitória de Guimarães já esteve na porta de saída, esta época, mas recusou as libras do Reading pela família e pelo Vitória.
De acordo com a publicação, o treinador de 57 anos encaixa no perfil traçado pelo presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, como ideal para suceder a Rui Vitória - aposta na formação, competente e com metologia definida. O Vitória de Guimarães está no quinto lugar do campeonato e, até quarta-feira, vinha de uma série de 12 jogos sem perder, tendo inclusive batido o Sporting e empatado com o Braga, em casa.
Há dois contras, contudo. Primeiro, contratá-lo e à restante equipa técnica poderá custar um milhão de euros. Segundo, Luís Castro é um treinador com escola do FC Porto, tendo passado sete anos como coordenador da formação dos dragões e outros quatro a orientar a equipa B, além de já ter sido treinador interino, após o despedimento de Paulo Fonseca. Dado que poderá não agradar aos benfiquistas.
Marco Silva
O treinador do Everton é mais provável do que, à primeira vista, poderá parecer. A época nos "toffees" não está a correr muito bem e Marco Silva poderá aceitar a possibilidade de evitar sair pela porta pequena.
Em 23 jogos, o Everton venceu apenas oito e está num modesto 11.º lugar da Premier League. Um despedimento poderá devolvê-lo a Portugal, onde ainda tem muito mercado, e a assumir o segundo grande da carreira, depois do Sporting - e de já ter recusado o FC Porto.
De Marco Silva, em Portugal, ficam na retina a conquista da II Liga pelo Estoril, em 2011/12, e os quinto e quarto lugares na I Liga nas duas épocas seguintes, com ida à Europa incluída. Tal como a conquista da Taça de Portugal pelo Sporting, antes de abrir caminho a Jorge Jesus.
Paulo Fonseca
Outro português altamente cotado, fruto das excelentes campanhas pelo Shakhtar Donetsk, nomeadamente na Liga dos Campeões. Dar o passo atrás do FC Porto para o Paços de Ferreira foi a melhor decisão.
Com a segunda passagem pela Mata Real, o técnico de 46 anos ganhou bilhete para o Braga, com que ganhou a Taça de Portugal. Daí rumou ao Shakhtar, onde é bicampeão, ganhou duas Taças e uma Supertaça.
A hipótese de Paulo Fonseca deixar o Shakhtar é, aparentemente, baixa. Porém, há o aliciante de provar que pode ter sucesso num grande, depois da experiência falhada no FC Porto, ainda em fase precoce da carreira.
Leonardo Jardim
O madeirense, que deixou o Mónaco em outubro, está supostamente encaminhado para assumir o comando técnico do Dalian Yifang, da China, mas enquanto não surgir a oficialização, nada é 100% certo.
Leonardo Jardim é porventura, a seguir a José Mourinho, o segundo treinador português com maior cotação, fruto da grande época de 2016/17, em que levou o Mónaco às meias-finais da Liga dos Campeões e conquistou o campeonato francês ao todo-poderoso PSG.
Também já foi campeão grego, pelo Olympiacos, e da II Liga portuguesa, com o Beira-Mar. Em 2011/12, chegou ao pódio do campeonato com o Braga e, na época seguinte, foi vice-campeão com o Sporting.
Paulo Sousa
O antigo internacional português foi campeão israelita e suíço, antes de rumar à Fiorentina, com que fez quinto e oitavo lugar na Serie A. Já na China, com o Tianjin Quanjian, a experiência foi curta e sem sucesso.
Apontado ao Sporting após a saída de José Peseiro, Paulo Sousa poderá ter na Luz a oportunidade de provar o seu valor enquanto jogador. O facto de estar intimamente ligado ao Benfica, como jogador, pode ajudar.
José Mourinho
Seria digno de conto de fadas. O "Special One" regressa à casa de foi despedido, bem no início da carreira, para refazer uma carreira descredibilizada por três anos de polémicas no Manchester United.
Mesmo perdida a aura que ganhara a pulso, com a conquista da Liga dos Campeões por FC Porto e Inter de Milão, Mourinho é Mourinho. Agora sem clube, embora pouco provável, "Mou" é hipótese na Luz.
Os títulos são reveladores: campeão nos quatro países por onde passou - Portugal, Inglaterra, Itália e Espanha -, vencedor de todas as taças e com duas Taças UEFA/Ligas Europa para juntar ao par de Champions.
Rui Faria
O antigo adjunto de José Mourinho, de 43 anos, ainda não tem qualquer experiência como treinador principal, no entanto, quem tem o "Special One" no currículo e durante tantos anos é sempre hipótese.
Rui Faria deixou a equipa técnica de Mourinho durante a temporada passada e, apesar de já ter sido associado a vários clubes, entre eles o Sporting, ainda não assumiu qualquer projeto desde então.
Vítor Pereira
Bicampeão no FC Porto, campeão na Grécia, com o Olympiacos, e campeão na China, feito inédito para o Shanghai SIPG, que orienta, Vítor Pereira é um dos treinadores portugueses com mais nome da atualidade.
O técnico de 50 anos, com ideias de jogo bem vincadas e com experiência de clube grande, está ligado ao SIPG, onde deverá continuar. No entanto, um convite do Benfica poderia fazê-o mudar de planos.
Dois franceses
Explorando a opção de um treinador estrangeiro, surgem logo dois nomes possíveis: Arsène Wenger e Laurent Blanc.
Wenger dispensa apresentações: foram 22 anos à frente do Arsenal. O treinador de 68 anos foi três vezes campeão inglês, ganhou sete Taças de Inglaterra e seis Supertaças. Atualmente, está sem clube.
Blanc foi tricampeão em França com o PSG e, anteriormente, campeão com o Bordéus, além de já ter sido selecionador francês. Está sem clube desde que deixou os parisienses, em 2015/16.