O Nobel da literatura foi esta quinta-feira atribuído ao autor norueguês Jon Fosse “pelas suas peças e prosas inovadoras que dão voz ao indizível”. O anúncio foi feito, em Estocolmo, pela Academia Sueca.
A academia diz que o autor, de 64 anos, "se tem tornado cada vez mais reconhecido pela sua prosa. A condição humana é o tema central da obra de Fosse, independentemente do género".
Jon Fosse nasceu a 29 de setembro de 1959 em Haugesund, e tem oito obras publicadas em Portugal. As mais recentes são 'Manhã e Noite' (2000), 'Trilogia' (2014), e 'O Outro Nome' (2019) - a primeira obra da 'Septologia', concluída em 2021 e de que fazem parte 'Eu Sou Outro' e 'Um Novo Nome', que exploram um confronto entre um homem idoso e Deus.
O autor é mais conhecido pelas peças de teatro, que escreve de forma prolífica desde há cerca de 30 anos - tem 40 peças publicadas. Fosse reconhece que a sua obra não é a mais fácil de ler ou ver - em 2018, disse ao Financial Times que ninguém "lê os meus livros pelo enredo".
José Saramago foi também distinguido com o Prémio Nobel da Literatura em 1998, sendo o único escritor português a receber um Nobel.
Já em 2022, a francesa Annie Ernaux foi a vencedora “pela coragem e acuidade clínica com que descortina as raízes, os estranhamentos e os constrangimentos coletivos da memória pessoal”.
Durante a última semana foram já atribuídos outros prémios Nobel. Na categoria da Fisiologia e Medicina, os laureados foram os investigadores Katalin Karikó e Drew Weissman, que permitiram o desenvolvimento de vacinas eficazes de mRNA contra a covid-19. Já na Física, os investigadores Pierre Agostini, Ferenc Krausz e Anne L'Huillier foram os vencedores por observarem eletrões nos átomos na mais pequena fração de segundo. Na Química, Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexei Ekimov o prémio foi atribuído à "descoberta de pontos quânticos".