Os 58 migrantes resgatados perto da costa líbia pelo navio humanitário “Aquarius” desembarcaram no porto de La Valeta, em Malta, depois de terem esperado quase uma semana ao largo daquela pequena ilha mediterrânica, segundo as agências internacionais.
Este grupo de pessoas será distribuído posteriormente por vários países europeus, incluindo Portugal, que vai acolher dez destes 58 migrantes.
Segundo relatou um jornalista da agência noticiosa francesa AFP presente no local, os migrantes, essencialmente oriundos da Líbia, desembarcaram no porto da capital maltesa, e foram colocados em dois autocarros disponibilizados pelas autoridades locais.
Hoje de manhã, os migrantes tinham sido transferidos do Aquarius, que permanece em águas internacionais ao largo de Malta, para um navio da guarda costeira local.
Após o desembarque, os 58 migrantes, entre os quais constam 17 mulheres e 18 menores, serão submetidos a um controlo sanitário e a procedimentos legais.
Terminados estes processos, os migrantes serão de seguida transferidos para quatro países europeus: França (18), Espanha (15), Alemanha (15) e Portugal (dez).
O acordo para acolher este novo grupo de migrantes, resgatado na segunda-feira passada ao largo da Líbia, foi alcançado na terça-feira.
Nesse dia, o Ministério da Administração Interna (MAI) referiu, num comunicado, que Portugal tinha acordado com Espanha e França, no quadro da resposta solidária ao fluxo de migrantes que procuram chegar à Europa através do Mediterrâneo, acolher dez migrantes.
"Portugal continua a defender uma solução europeia integrada, estável e permanente para responder a este desafio migratório mas, por razões humanitárias e face à situação de emergência em que se encontram estas pessoas, manifesta mais uma vez a sua disponibilidade para, solidariamente e de forma concertada com Espanha e França, acolher parte do grupo de migrantes", referiu então a nota informativa.
Na segunda-feira, o navio tinha pedido às autoridades francesas que autorizassem a entrada no porto de Marselha e o desembarque excecional e por razões humanitárias. França, porém, sugeriu que o desembarque fosse feito em Malta.
O “Aquarius”, fretado pelas organizações não-governamentais (ONG) SOS Mediterranée e Médicos Sem Fronteiras, é o único navio de resgate civil atualmente a operar no Mediterrâneo central, considerada a rota migratória mais letal do mundo.
A Autoridade Marítima do Panamá decidiu recentemente retirar o pavilhão ao navio. Devido a esta situação, o navio preferiu agora permanecer em águas internacionais e evitar o risco de estar em situação ilegal em território maltês.