A Dinamarca vai introduzir o recrutamento obrigatório de mulheres para o serviço militar.
A decisão surge no contexto de um crescente cenário desfavorável na guerra na Ucrânia.
O Explicador Renascença refere o que está em causa.
Por que é que foi tomada esta decisão?
O governo dinamarquês justifica a decisão com a necessidade de reforçar as Forças Armadas e resolver problemas de defesa nacional.
Importa dizer que o serviço militar na Dinamarca já é obrigatório para homens com mais de 18 anos, que reforçam um Exército que não é muito expressivo, cerca d 7000 a 9000 efetivos. Isto excluindo os recrutas em formação básica.
Agora, pretende-se que também as mulheres sejam obrigadas a cumprir serviço militar. Uma das justificações avançadas pelo governo de Copenhaga é também por uma questão de igualdade de género. O governo dinamarquês diz mesmo não ter dúvidas de que uma maior igualdade entre homens e mulheres criará uma defesa mais moderna e diversificada.
Deve-se à guerra na Ucrânia?
Sim, sobretudo com a constante ameaça russa.
Ainda esta semana, Vladimir Putin renovou a ameaça nuclear. Declarações que criam enorme incerteza quanto ao futuro.
Daí este sentimento cada vez mais forte na Europa de que é necessário reforçar o sector da defesa
A Dinamarca é o único país a fazê-lo?
Não. É já o terceiro país a adotar esta medida depois da Noruega e da Suécia.
No caso da Suécia, um país que acaba de entrar a NATO justamente neste quadro de maior instabilidade na Europa.
Na Alemanha essa possibilidade também está a ser estudada.
E em Portugal?
Como sabemos, neste momento não há serviço militar obrigatório e a possibilidade de regressar a essa modalidade, foi rejeitada num debate recente.
Contudo, recordo declarações Renascença, no início do mês, em que o ex-ministro António Vitorino disse que, no atual contexto de guerra na Ucrânia e de ameaça russa, o investimento europeu de Defesa terá que ser "muito superior" aos 1,5 mil milhões de euros.
Não sabemos de que forma este debate vai evoluir em Portugal
Quantos militares estão no ativo?
A 31 de dezembro passado eram pouco mais de 21 mil, de acordo com dados revelados pelos oficiais-generais do Grupo de Reflexão Estratégia Independente.
Está em mínimos históricos.