Entre 2 de março, data em que foram diagnosticados os primeiros casos de Covid-19 em Portugal, e 1 de novembro, morreram mais 8.686 portugueses do que a média de óbitos em igual período dos últimos cinco anos.
Quase metade (46,7%) do acréscimo de óbitos entre 5 de outubro e 1 de novembro deveu-se à Covid-19.
A informação é avançada no último estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o impacto da pandemia no país, que já vitimou 3.181 pessoas em Portugal.
Se for subtraído ao excesso de óbitos as mortes provocadas pelo novo coronavírus ficam, ainda, por explicar 5.505 mortes acima do esperado. Os dados preliminares do INE adiantam que a doença provocada pelo novo coronavírus provocou menos de um terço (29,3%) das 8.686 mortes a mais face à média dos últimos cinco anos.
O mesmo relatório adianta que “mais de 70% dos óbitos foram de pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos. Comparativamente com a média de óbitos observada em período homólogo de 2015-2019, morreram mais 7.449 pessoas com 75 e mais anos”.
O maior acréscimo registou-se na região Norte, com exceção da última semana de junho, das primeiras de julho, das últimas de setembro e primeira de outubro em que foi superior na Área Metropolitana de Lisboa.
A taxa de letalidade global da Covid-19 em Portugal baixou face à primeira vaga, mas o número de vítimas mortais por dia tem vindo a aumentar.
“A probabilidade de o doente infetado morrer baixou, mas como o número de internamentos tem continuado a subir muito, em termos absolutos, o número de mortes também sobe muito”, explicou Manuel Carmo Gomes, em entrevista à Renascença.